Belo Monte cumpre orçamento e não há prova de irregularidade, diz Norte Energia

Reuters

Publicado 17.03.2016 16:16

Belo Monte cumpre orçamento e não há prova de irregularidade, diz Norte Energia

SÃO PAULO (Reuters) - A hidrelétrica de Belo Monte, que está em construção no Pará, tem o orçamento "rigorosamente dentro do previsto" e não há "sequer uma evidência de irregularidades na execução da obra", afirmou nesta quinta-feira a Norte Energia, responsável pela usina, após o senador Delcídio do Amaral ter dito em sua delação que houve pagamento de propinas no empreendimento.

Em resposta enviada após questionamentos da Reuters, a Norte Energia qualificou de "levianas" as acusações e destacou que "contratos e pagamentos passam por criteriosa análise de auditores internos e a empresa se submete a auditorias periódicas de auditores independentes e dos agentes financeiros".

A hidrelétrica, com investimentos de mais de 25 bilhões de reais, será a terceira maior do mundo quando concluída e tem entre os sócios empresas como Eletrobras (SA:ELET3), Cemig (SA:CMIG4), Light (SA:LIGT3) e Vale, além de fundos de pensão.

A Norte Energia destacou que "não tem nenhuma empresa ligada ao ramo de construção civil entre seus acionistas" e afirmou que a usina vendeu a energia em leilão público, que definiu antecipadamente a tarifa a ser praticada.

"Considerando que a proposta vencedora não é passível de reajuste, somente de correção monetária... se aquele teto não for observado para os investimentos, o empreendimento certamente se inviabiliza", explicou a empresa.

A dona de Belo Monte destacou ainda, sem citar data, que a usina encontra-se "em fase final de testes para pôr em operação sua primeira turbina".

Em sua delação premiada, divulgada oficialmente nesta semana, o senador Delcídio do Amaral (MS) disse que houve propinas de ao menos 30 milhões de reais na construção da usina.

A hidrelétrica do Xingu é um dos projetos de infraestrutura mais controversos do país. Os estudos sobre a usina iniciaram em 1975, mas o projeto foi licitado apenas em 2010.

Desde então, as obras foram paralisadas diversas vezes por ações judiciais e protestos de indígenas e ONGs. Na quarta-feira, trabalhadores da Norte Energia foram liberados após passarem seis dias detidos por índios que negociavam compensações para suas aldeias.

IMPSA TAMBÉM NEGA ACUSAÇÕES

A fabricante argentina de equipamentos de energia Impsa também negou que tenha participado de irregularidades ou corrupção para a obtenção de contrato de fornecimento junto a Belo Monte.

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"A Impsa rechaça com veemência qualquer insinuação de que tenha praticado atos de corrupção ou promovido pagamentos ou doações ilegais a autoridades, políticos e partidos', afirmou a empresa em nota à Reuters nesta quinta-feira.

A empresa afirmou ainda que, ao entrar na disputa entre fornecedores pelos contratos de Belo Monte, "ajudou a reduzir substancialmente os preços ofertados pelo outro consórcio, que terminou responsável pelo fornecimento dos demais equipamentos".

A Impsa forneceria parte das turbinas e geradores para Belo Monte, em contrato de 816,8 milhões de reais, enquanto um consórcio formado por Alstom (PA:ALSO), Voith e Andritz fechou a venda do restante das turbinas e geradores no valor de 3,5 bilhões de reais.

Em julho do ano passado, no entanto, o grupo formado por Alstom, Voith e Andritz fechou contrato para tomar a parte da Impsa na obra, após a empresa argentina ter entrado em recuperação judicial.

Segundo conteúdo da delação do senador Amaral, teria havido "influência direta" do falecido ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), em favor da entrada da Impsa no grupo de fornecedores de Belo Monte, e a empresa depois teria mostrado "inaptidão... em fazer frente a um desafio dessa envergadura".

A Impsa disse em sua resposta que "são inverídicas as assertivas do senador sobre a inaptidão" da empresa.

"A propósito, o contrato em referência é atualmente objeto de litígio entre... Impsa e a Norte Energia, em decorrência de medidas antijurídicas tomadas por parte da contratante... discussão que certamente inexistiria, por razões de natureza lógica... em hipótese de qualquer tipo de vantagem", disse a Impsa em nota, sem detalhar.

(Por Luciano Costa)

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