Brasil verá queda na receita das exportações em 2024 por recuo na agropecuária, prevê AEB

Reuters

Publicado 13.12.2023 15:38

SÃO PAULO (Reuters) - As exportações totais do Brasil em 2024 deverão recuar 0,6% em 2024 ante 2023 para 334,5 bilhões de dólares, por conta de uma queda nas divisas obtidas com os embarques do setor agropecuário, diante de expectativas de uma safra de grãos menor por efeitos do clima, estimou nesta quarta-feira a Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB).

A agropecuária verá recuo de 8,6% nas exportações, para 73,3 bilhões de dólares, enquanto os embarques da indústria extrativa vão aumentar 3,2%, para 80,7 bilhões de dólares, com impulso das vendas externas de petróleo e minério de ferro, segundo projeção da AEB. Já a indústria de transformação terá aumento de 1,2%, para 178,1 bilhões de dólares.

As importações totais do Brasil no ano que vem deverão aumentar 0,6%, para 241,7 bilhões de dólares, resultando em um saldo comercial de 92,77 bilhões de dólares em 2024, queda anual de 3,5%, segundo cálculos da AEB.

A associação levou em conta vários fatores para as estimativas, entre eles os impactos climáticos de seca em algumas áreas do país em meio à ocorrência do fenômeno do El Niño.

A AEB projeta que a soja continuará sendo o principal produto de exportação do Brasil, com receitas de 48,8 bilhões de dólares, versus 52,3 bilhões em 2023. A receita com a exportação de milho também cairá pouco mais de 3,3 bilhões de dólares, para 10,3 bilhões.

No caso da soja e algodão, a associação projeta uma certa estabilidade dos preços de exportação em 2024 ante 2023, enquanto no milho vê uma queda de 6,1%, assim como no café (-8,7%)

A associação ainda projeta queda na receita com as exportações de café verde e açúcar, para 7,1 bilhões e 14,5 bilhões de dólares, respectivamente. Mas vê aumentos nas vendas externas de carnes bovina (10,35 bilhões de dólares) e de aves (9 bilhões de dólares).