Chanceleres de Brasil e Argentina discutem Vaca Muerta e dizem que há alinhamento de interesses

Reuters

Publicado 15.04.2024 14:03

Atualizado 15.04.2024 15:20

BRASÍLIA (Reuters) - Os ministros das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, e da Argentina, Diana Mondino, discutiram nesta segunda-feira a construção do gasoduto de Vaca Muerta e disseram que há alinhamento de interesses sobre a possibilidade futura de importação de gás natural argentino pelo Brasil.

Segundo Diana Mondino, existe várias questões em relação a essa cooperação que estão em andamento ou em estudos, e serão mantidas, e Vaca Muerta terá uma grande capacidade de produção.

"Tudo isso é interesse mútuo. A produção está na Argentina e a necessidade, no Brasil. A produção alcança a necessidade nossa própria e mais a do Brasil. Então há um alinhamento de interesses", disse a chanceler.

O Brasil avalia opções para importar gás natural da enorme formação argentina de Vaca Muerta enquanto busca aliviar seu déficit do insumo, de acordo com autoridades do governo brasileiro.

Vaca Muerta é uma enorme formação de xisto no oeste da Argentina, considerada chave para aumentar o suprimento de gás do país sul-americano e diminuir a necessidade de importações caras.

As primeiras negociações foram feitas ainda no governo de Alberto Fernández, e o governo brasileiro estudava financiar empresas brasileiras para construção do gasoduto que ligaria a Argentina ao Rio Grande do Sul, mas as conversas ainda eram incipientes.

A mudança de governo, garantiu Mondino, não impede a continuação das negociações.

"São projetos do governo argentino, estão acima de cada governo", disse a chanceler.

A visita de Mondino ao Brasil, a primeira dela no cargo, foi uma tentativa de manter as relações diplomáticas, apesar das diferenças entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Javier Milei, com o argentino se alinhando ao ex-presidente Jair Bolsonaro.

"A principal mensagem que quero transmitir é a certeza da centralidade e relevância que o Brasil tem para a Argentina", disse Mondino ao iniciar sua fala no Itamaraty.