Clima frio pressiona preços do gás na Ásia rumo a novos recordes

Reuters

Publicado 12.01.2021 10:18

Por Jessica Jaganathan

CINGAPURA (Reuters) - Temperaturas congelantes registradas ao redor da Ásia e da Europa estão mandando os preços do gás natural liquefeito (GNL) para máximas recordes, à medida que compradores lidam com estoques em baixa e uma escassez de navios-tanque.

Mas, com temperaturas mais amenas previstas, os preços podem chegar em breve a seu pico, uma vez que a demanda por combustível para uso em aquecimento deverá diminuir, disseram operadores de mercado e analistas.

Os preços do GNL no mercado spot asiático acumulam ganhos de mais de 1.000% desde que tocaram uma mínima recorde abaixo de 2 dólares por milhão de btu (unidade térmica britânica) em maio, durante lockdowns associados ao coronavírus .

O índice S&P Global Platts Japan-Korea-Marker (JKM), referência para os preços spot do GNL na Ásia, subiu para 28,221 dólares por milhão de btu na segunda-feira para carregamentos com entrega no final de janeiro, segundo operadores.

Nesta terça-feira, a trading de commodities Trafigura comprou um carregamento de 3,2 trilhões de btu para entrega em meados de fevereiro junto à Total Gas and Power Asia, por 39,30 dólares por milhão de btu, mostraram dados da Platts.

Esse volume de gás está avaliado em aproximadamente 130 milhões de dólares, cerca de 11% a mais que custaria uma carga de 2 milhões de barris de petróleo, de acordo com os preços atuais, mostraram cálculos da Reuters.

Operadores de mercado ainda disseram que ao menos uma elétrica japonesa pagou mais de 30 dólares por milhão de btu para uma entrega a ser feita no final de janeiro.

"A oferta está super apertada nos meses mais próximos e os níveis de estoques estão bem baixos em diversos lugares", disse um comerciante de GNL em Cingapura.

"Mas, se o tempo ficar mais ameno e a oferta gradualmente retornar, a situação pode melhorar."

As temperaturas devem subir para níveis acima da média em Tóquio, Pequim, Seul e Xangai ao longo das próximas semanas, de acordo com dados meteorológicos do Refinitiv Eikon.

A oferta também parece estar aumentando, com a Shell retomando carregamentos a partir de sua unidade flutuante de Prelude, na Austrália, que ficou fora de operação por quase um ano. Catar, Rússia e Estados Unidos também estão ampliando seus embarques, segundo dados de acompanhamento de embarcações do terminal Eikon, da Refinitiv.

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