Commodities Semanal: Putin mostra quem manda na Opep, Trégua Trump-Xi atinge ouro

Investing.com  |  Autor 

Publicado 30.06.2019 08:35

Por Barani Krishnan

Investing.com – O petróleo poderia finalmente estar em um caminho mais claro? É o que parece após a Rússia e a Arábia Saudita decidirem estender os cortes de produção por mais seis a nove meses e os EUA e a China concordarem com seu segundo cessar-fogo tarifário em seis meses para resolver sua guerra comercial de mais de um ano.

O mercado futuro de petróleo cru ainda tem que lidar com os dados semanais de estoques. E depois existe o confronto EUA-Irã, com Teerã alertando seus aliados europeus de que, sem um acordo para exportar seu petróleo novamente, o pais continuará enriquecendo urânio - uma linguagem com código para "nós poderemos construir aquela bomba nuclear algum dia".

Mesmo assim, ambos os elementos poderiam apoiar o petróleo no curto prazo. Se a semana passada nos EUA o estoque de petróleo bruto teve uma de quase 13 milhões de barris é indicativo de demanda imediata, os touros poderiam ter a vantagem aqui. E a UE parece impotente por agora para intermediar a paz entre os governos Trump e Rouhani.

Enquanto isso, o outo está analisando fundamentos claramente diferentes daqueles que o impulsionaram recentemente para máximas de 6 anos. Com as expectativas menores de um significativo corte da taxa do Federal Reserve e Wall Street provavelmente assumindo mais risco para o mercado de petróleo, poderia haver pouco apetite para os portos-seguros para sustentar o ouro acima de US$ 1.400 a onça.

Resumo de energia

As reuniões da Opep são o epítome do drama: os ministros do petróleo mais poderosos do mundo em uma sala fechada, discutindo - ou mais provavelmente, argumentando - sobre estratégia de preços/produção para seus preciosos hidrocarbonetos, enquanto jornalistas enchem os corredores, chamando cada detalhe valioso de informações vazada para eles como notícias de última hora. Só que desta vez, não.

Os encontros de 1 a 2 de julho da Opep liderada pela Arábia Saudita e da Opep+ liderada pela Rússia podem ser reduzidos a um bocejo por causa de um homem: Vladimir Putin.

O presidente russo tirou quase toda a importância, a incerteza e o estresse do típico evento amplamente aguardado ao anunciar no sábado, na Cúpula do G20 em Osaka, que havia concordado com o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, de que a Opep+ estenderia seu corte de produção previamente acordado de 1,2 milhão de barris por dia até dezembro ou março de 2020. O pacto anterior deverá expirar este mês.

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De uma só vez, Putin mostrou à Opep - e àqueles que acompanhavam o cartel - quem realmente toma as decisões mais importantes.

Os anúncios da Opep são normalmente feitos pelo ministro da Energia da Arábia Saudita ou pelo secretário-geral da organização. Ao antecipá-los, Putin, cujo país não tem sequer um papel oficial na Opep, colocou-se no ápice do cartel, com MbS, o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, logo abaixo dele.

E como o acordo da Opep+ que o presidente russo anunciou é basicamente uma substituição de um acordo anterior, isso não muda nada para os não participantes do acordo, particularmente o Irã.

Isso é importante porque o Irã, irritado com seus colegas da Opep, ou seja, os sauditas e os Emirados, por se aliarem aos EUA no bloqueio de suas exportações de petróleo, poderia ter tentado causar divisões nas reuniões da próxima semana, se não fosse pelo acordo preventivo entre Putin e MbS.

Teerã também odeia o fato de a Opep ter se tornado um clube saudita-russo-emirado que excluiu outras vozes legítimas da organização de 14 membros. O Catar, outro arquirrival dos sauditas, deixou a Opep precisamente por esse motivo no ano passado.

Embora o Irã, como um dos cinco membros fundadores originais da Opep, tenha decidido permanecer, não há muito que possa fazer para mudar a situação atual. Quando o ministro da Energia da Arábia Saudita, Khalid al-Falih, delibera, para constar, o acordo alcançado por seu príncipe herdeiro e o presidente russo com o restante da sala, não se espera vozes dissidentes.

Política à parte, a questão mais pertinente é onde os preços do petróleo estarão na próxima semana. O petróleo bruto West Texas Intermediate pode chegar a US$ 60 ou mais por barril, retornando para a máxima de 2019 de US$ 66,60 em abril. O petróleo Brent no Reino Unido tem um longo caminho a percorrer ao recapturar seu pico de US$ 75,60 em abril, apesar de fechar em US$ 70 não seria impossível.

h2 Calendário de energia para a semana que vem/h2

Segunda-feira, 1 de julho

Reunião da Opep

Terça-feira, 2 de julho

Reunião da Opep +

O Instituto Americano de Petróleo deverá publicar seu relatório semanal sobre os estoques de petróleo.

Quarta-feira, 3 de julho

A EIA lançará seu relatório semanal sobre os estoques de petróleo.

Quinta-feira, 4 de julho

Relatório semanal de gás natural da EIA

Sexta-feira, 5 de julho

Dados semanais da Baker Hughes sobre a contagem de sondas de petróleo nos EUA.

h2 Resumo de Metais Preciosos/h2

Até a semana passada, os touros de ouro estavam em um êxtase arrebatador, surfando no topo da especulação de que o Federal Reserve concordaria com uma taxa de corte de 50 pontos básicos até julho.

Essas altas expectativas de redução de juros foram reprimidas no início desta semana pelo presidente do Fed, Jerome Powell, e seu colega sênior James Bullard, que sinalizaram em seus discursos ao mercado dizendo que talvez estivessem considerando um recorte de 25 pontos percentuais no máximo.

Se isso não bastasse, o encontro de sábado entre os presidentes Donald Trump dos EUA e Xi Jinping, da China, poderia transformar a própria premissa de um corte de taxa em algo da sua cabeça. O Fed disse no mês passado que ia acompanhar os eventos econômicos para decidir se um alívio é necessário.

Na sexta-feira, a Ferramenta de Monitoramento de Taxa de Fed do Investing.com apresentou 100% de chance de um modificação de taxa até junho. Isso foi, claro, antes das conversas do Trump-Xi no dia seguinte.

O ponto culminante da posição do Fed vem depois de um ano de pressão por um corte na taxa de Trump, em que o desafiador Powell é constantemente persuadido, repreendido e até considerado para ser demitido. O chefe do Fed disse no início desta semana que não vai sacrificar a independência do banco central por ganhos políticos ou a curto prazo.

É cedo demais para dizer se Trump e Xi assinarão um acordo comercial depois disso, ou voltarão a trocar retaliações com mais tarifas.

Mas o fato é que Trump, que começou a pressionar por um corte na taxa para sustentar o mercado de ações e ajudar a sua reeleição, pode conseguir a prolongada manifestação de Wall Street que ele quer - embora ele também tenha permitido ao Fed mais pausas em uma mudança de taxa com sua trégua na China.

Resumindo, o ouro spot, que chegou a US$ 1.438,99 na terça-feira e caiu para US$ 1.409,50 na sexta-feira, pode chegar a US$ 1.385 ou menos na próxima semana.

Os contratos futuros de ouro com vencimento em agosto na divisão Comex da Bolsa Mercantil de Nova York atingiram máximas de US$ 1.433,30 na terça-feira, antes da última negociação de sexta-feira de US$ 1.412,50. Gráficos técnicos mostram uma queda para US$ 1.390 e abaixo da próxima semana.

Calendário de metais preciosos da semana que vem

Segunda-feira, 1 de julho

PMI Caixin da China de manufaturados (junho)

Membro do FOMC, Clarida faz discurso

PMI da Indústria do ISM (junho)

Terça-feira, 2 de julho

Decisão de taxa de juros do RBA

O membro do FOMC Williams faz discurso

Quarta-feira, 3 de julho

Folhas de pagamento não agrícolas da ADP (junho)

Pedidos iniciais de seguro-desempregos nos EUA

Balança Comercial dos EUA (maio)

Encomendas à indústria nos EUA (maio)

PMI não-industrial da ISM (junho)

Quinta-feira, 4 de julho

Feriado no mercado americano

Sexta-feira, 5 de julho

Folhas de pagamento não agrícolas, Payroll, dos EUA (junho)

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