"Diga adeus ao diesel": Índia adverte montadoras sobre impostos mais altos na luta contra poluição

Reuters

Publicado 12.09.2023 12:15

Por Aditi Shah e Tanvi Mehta

NOVA DÉLHI (Reuters) - O ministro do Transporte Rodoviário da Índia, Nitin Gadkari, disse nesta terça-feira que irá propor um imposto adicional de 10% sobre os veículos a diesel e alertou as montadoras sobre a imposição de taxas ainda mais altas para forçá-las a abandonar os motores a diesel e reduzir as emissões de poluentes.

Gadkari fez os comentários na conferência anual da Sociedade Indiana de Fabricantes de Automóveis (SIAM, na sigla em inglês) em Nova Délhi, onde se reuniram executivos da Tata Motors, Mahindra, Maruti Suzuki e montadoras estrangeiras como Mercedes e Volkswagen (ETR:VOWG).

Ele disse que solicitará ao Ministério das Finanças, ainda nesta terça-feira, um imposto sobre bens e serviços "adicional de 10%" sobre os veículos a diesel para enfrentar os problemas relacionados à poluição. Atualmente, a Índia impõe um imposto de 28,% e o chamado "tributo" adicional é cobrado dependendo da capacidade do motor dos veículos.

"Digam adeus ao diesel logo, caso contrário, aumentaremos tanto os impostos que será difícil para vocês venderem esses veículos", disse Gadkari na conferência.

"Temos que abandonar a gasolina e o diesel em breve e trilhar o novo caminho de sermos livres de poluição... Deve haver uma diversificação (por parte das empresas) o mais rápido possível", disse ele em um aviso aos fabricantes de automóveis.

Os comentários de Gadkari provocaram uma discussão generalizada entre os executivos do setor automotivo na conferência de Délhi, com alguns descrevendo a medida à Reuters como um anúncio "bombástico".

O diretor administrativo da Mercedes Índia, Santosh Iyer, disse que muitos clientes ainda preferem veículos a diesel e que qualquer mudança nas políticas tributárias levará a uma mudança na "estratégia de portfólio" das montadoras.

"Precisaremos de seis meses ou mais para mudar nossos processos de planejamento de produção, mas sempre podemos variar e mudar com base na demanda", disse ele.

As ações das montadoras Mahindra, Tata e da Ashok Leyland, caíram entre 2,2% e 2,5%.

O Ministério das Finanças não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.