Explosões atingem base russa na Crimeia; Ucrânia celebra

Reuters

Publicado 16.08.2022 08:31

Atualizado 16.08.2022 08:55

Por Natalia Zinets

KIEV (Reuters) - Explosões abalaram um depósito de munição e interromperam o tráfego de trens na Crimeia, anexada pela Rússia, nesta terça-feira, no mais recente incidente desse tipo em uma região que Moscou usa como linha de abastecimento para a guerra na Ucrânia.

O representante sênior de Moscou na região, Sergei Aksyonov, confirmou que duas pessoas ficaram feridas, o tráfego ferroviário foi interrompido e cerca de 2.000 pessoas foram retiradas de uma vila perto do depósito militar - mas ele evitou falar sobre uma causa.

A Ucrânia sugeriu um envolvimento que, se for verdade, poderia mostrar que tem uma nova capacidade de atacar mais profundamente o território russo, potencialmente mudando a dinâmica da guerra de seis meses.

A península da Crimeia no Mar Negro, que a Rússia tomou da Ucrânia em 2014 em um movimento não reconhecido pela maioria dos países, é a base da frota russa do Mar Negro e popular no verão como um resort de férias.

Na semana passada, explosões em uma base aérea militar na costa oeste da Crimeia causaram grandes danos e destruíram vários aviões de guerra russos. Moscou chamou isso de acidente, embora explosões simultâneas tenham deixado crateras visíveis do espaço.

No incidente desta terça-feira, uma subestação de eletricidade também pegou fogo perto da cidade de Dzhankoi, de acordo com imagens da TV estatal russa. Elas mostraram grandes explosões no horizonte que, segundo as autoridades, vieram das detonações de munição.

A agência de notícias russa RIA informou que sete trens de passageiros foram atrasados ​​e que o tráfego ferroviário em parte da linha no norte da Crimeia foi suspenso. Isso poderia atrapalhar sua capacidade de apoiar tropas na Ucrânia com equipamentos militares.

A Ucrânia não confirmou ou negou oficialmente a responsabilidade pelas explosões na Crimeia, embora suas autoridades tenham aplaudido abertamente os incidentes em território que, até a semana passada, parecia seguro sob o controle de Moscou.