Exportação de soja do Brasil avança 37,6% em março; carne aumenta 6%

Reuters

Publicado 01.04.2020 18:14

Atualizado 01.04.2020 19:05

SÃO PAULO (Reuters) - Os embarques brasileiros de soja em grão avançaram 37,6% em março, em relação ao mesmo período do ano passado, e alcançaram 11,64 milhões de toneladas, informou nesta quarta-feira a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Economia.

No comparativo mensal, os embarques de março mais que dobraram, considerando que o volume de soja exportado em fevereiro foi de 5,1 milhões de toneladas, com as exportações neste início do escoamento da safra pouco afetadas por questões relacionadas ao coronavírus, que já têm causado alguns transtornos nas rodovias, onde caminhoneiros encontram menos postos de parada abertos.

Em faturamento, o Brasil alcançou 3,978 bilhões de dólares com as vendas externas da oleaginosa em março, avanço de 31,6% em relação aos 3,021 bilhões de dólares faturados um ano antes.

A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) havia contabilizado, no acumulado do mês até o dia 28, 11,5 milhões de toneladas. A entidade, que tem uma metodolodia diferente da Secex, apontou na véspera a possibilidade de embarques recordes em março, de cerca de 13,1 milhões de toneladas, se todo o volume programado fosse embarcado. A associação ainda não divulgou os volumes fechados do período.

O recorde mensal da exportação de soja do Brasil, até o momento, é de 12,3 milhões de toneladas, registrado em maio de 2018, conforme dados da Secex.

CARNE BOVINA

Provedora das maiores receitas de exportação ao país no setor de proteína animal, a carne bovina in natura teve 125,9 mil toneladas enviadas ao exterior em março, informou o governo federal.

O resultado representa alta de 6,2% em relação às 118,5 mil toneladas exportadas em março de 2019. Na variação mensal, o avanço é de 13,8%.

Em março, companhias do setor de carnes como a JBS (SA:JBSS3) e Minerva (SA:BEEF3) anunciaram férias coletivas alegando, dentre outros motivos relativos à prevenção do coronavirus, a falta de contêineres para embarcar o produto. Ainda assim, o desempenho foi positivo.

Vale destacar, também, que há relatos de retorno da China de maneira mas ávida nas compras de carne bovina do Brasil, dada a melhora na circulação de cargas no país, após restrições impostas durante o pico de contenção do coronavirus.