Governo cria "sala de situação" para acompanhar crise hídrica no setor de energia

Reuters

Publicado 14.05.2021 19:57

Por Luciano Costa

SÃO PAULO (Reuters) - O governo do presidente Jair Bolsonaro criou uma "sala de situação" para acompanhar o suprimento de energia no Brasil, informou o Ministério de Minas e Energia à Reuters nesta sexta-feira, em meio a um quadro de chuvas fracas na região das hidrelétricas, principal fonte de geração do país.

O grupo envolve a Secretaria de Comunicação da Presidência e diversos ministérios, incluindo a Casa Civil e as paastas da Economia, de Relações Exteriores e Meio Ambiente, além do órgão ambiental Ibama e autarquias como a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e Agência Nacional de Àguas (ANA).

"A medida justifica-se tendo em vista que o período de setembro de 2020 a abril de 2021 foi caracterizado pelo menor volume histórico de água nos reservatórios das hidrelétricas da região Sudeste e Centro-Oeste, que representam 70% da capacidade de armazenamento do País", disse a pasta à Reuters.

Uma primeira reunião da sala de situação foi realizada na quinta-feira.

Ainda fazem parte das discussões os ministérios de Desenvolvimento Regional, de Infraestruutra e das Comunicações, as agências DNIT e ANTAQ, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), a Empresa de Pesquisa Energética (EPE).

O Ministério de Minas e Energia, no entanto, negou riscos de oferta e disse que "a segurança energética do país está sendo preservada para este e os próximos anos" graças a ações de acompanhamento e medidas para aumento da segurança.

Entre essas iniciativas a pasta listou o acionamento de mais termelétricas e a importação de energia da Argentina e do Uruguai.

"Também estão sendo tomadas medidas a fim de assegurar o fornecimento de gás às termelétricas, que terão um incremento no emprego para que se possa estocar água nas represas das hidrelétricas", acrescentou.

A criação da sala de situação vem pouco após o presidente Jair Bolsonaro ter afirmado que o país passa pela "maior crise hidrológica da história" e que isso poderia gerar "dor de cabeça" para o setor elétrico.

Embora o Ministério de Minas e Energia minimize riscos de abastecimento, o cenário já tem gerado pressão sobre o custo da energia para os consumidores, uma vez que o acionamento de termelétricas é mais caro que a produção das usinas hídricas.