Importação de óleo de girassol pela Índia cairá com vencimento do acordo de grãos do Mar Negro

Reuters

Publicado 19.07.2023 08:28

Por Rajendra Jadhav

MUMBAI (Reuters) - As importações de óleo de girassol pela Índia devem cair nos próximos meses, conforme o produto se torna pouco competitivo em relação aos óleos rivais devido à alta dos preços depois que a Rússia se retirou do acordo de grãos do Mar Negro, disseram autoridades do setor à Reuters.

A queda nas importações de óleo de girassol obrigaria o maior comprador mundial de óleos vegetais a aumentar as compras de óleo de palma e óleo de soja em compensação.

Um acordo de um ano que permitia a exportação segura de grãos ucranianos a partir do Mar Negro expirou na segunda-feira depois que a Rússia se retirou da iniciativa e alertou que não poderia garantir a segurança dos navios, em uma medida que a ONU disse que "daria um golpe nas pessoas necessitadas em todos os lugares".

Os embarques de óleo de girassol para a Índia podem cair cerca de 30% em relação aos níveis atuais, disse Pradeep Chowdhry, diretor administrativo da Gemini Edibles and Fats India Pvt. Ltd, um importante importador indiano.

A região do Mar Negro é responsável por 60% da produção mundial de óleo de girassol e 76% das exportações.

Os preços spot subiram de 850 dólares para 965 dólares por tonelada métrica nas últimas cinco semanas devido às expectativas de que o acordo com os grãos iria caducar e à recuperação dos óleos rivais.

A Índia normalmente importa cerca de 250.000 toneladas métricas de óleo de girassol por mês, principalmente da Rússia, Ucrânia, Argentina e Turquia.

No início deste ano, os exportadores do Mar Negro estavam vendendo agressivamente óleo de girassol a preços competitivos, o que ajudou a reduzir os estoques, disse Rajesh Patel, sócio-gerente da GGN Research, uma corretora e comerciante de óleo comestível.

A Índia pode importar cerca de 275.000 toneladas de óleo de girassol em julho, mas a partir de agosto as importações podem cair para cerca de 200.000 toneladas, disse Patel.

O carregamento de grandes navios nos portos ucranianos não é possível sem o acordo de grãos, disse Sandeep Bajoria, CEO do Sunvin Group, uma corretora e consultoria de óleo vegetal.

"A expiração do acordo forçaria os ucranianos a enviar óleo de girassol pela Romênia, Bulgária e outros países europeus, mas o redirecionamento reduziria o volume", disse Bajoria.