Moinho brasileiro diz que trigo comprado da Rússia é bom, compraria novamente

Reuters  |  Autor 

Publicado 16.10.2018 14:50

Moinho brasileiro diz que trigo comprado da Rússia é bom, compraria novamente

Por Marcelo Teixeira

SÃO PAULO (Reuters) - Um dos três moinhos de trigo brasileiros envolvidos em um negócio para importar uma carga de trigo russo neste ano, a primeira importação desse tipo desde 2010, disse que a qualidade do grão era boa e que possivelmente compraria novamente, se o preço estivesse adequado.

No começo deste ano, os moinhos brasileiros J Macedo, Dias Branco e Grande Moinho Cearense fizeram uma compra conjunta de 25 mil toneladas de trigo russo, embarcado no porto de Kaliningrado e com destino ao porto de Fortaleza.

O acordo só foi possível depois que os governos do Brasil e da Rússia assinaram um protocolo fitossanitário no fim do ano passado, removendo uma proibição vigente por vários anos para evitar riscos às plantações brasileiras.

A compra e a aprovação da qualidade pelos moinhos abre as portas para uma nova alternativa de fornecimento ao Brasil, que precisa buscar cerca de metade do seu consumo de trigo no exterior todo ano, já que o clima não é ideal para o cultivo.

"Nós compramos dois tipos de trigo da Rússia, um regular e outro com uma maior quantidade de proteína" disse o diretor de compras de um dos moinhos, que pediu para não ser identificado por não ter autorização para falar sobre o acordo.

"Amostras foram avaliadas por laboratórios e estava tudo bem. É um bom trigo, boa qualidade", ele disse.

O Brasil importa quase 6 milhões de toneladas de trigo todo ano para suprir o seu consumo anual de cerca de 10,7 milhões de toneladas. A maior parte é originária da vizinha Argentina, que, por integrar o bloco comercial Mercosul, não é taxada. Os Estados Unidos e o Canadá também são fornecedores regulares, apesar de enviarem volumes menores.

Entre janeiro e setembro, o Brasil comprou 4,6 milhões de toneladas de trigo da Argentina, 173 mil toneladas dos EUA e 167 mil toneladas do Canadá.