Navios, trens e cavernas: operadores procuram locais para armazenar petróleo

Reuters

Publicado 22.04.2020 18:29

Por Ron Bousso e Stephanie Kelly e Laura Sanicola

LONDRES/NOVA YORK (Reuters) - Operadores do mercado de petróleo estão lutando para encontrar navios, vagões de trens, cavernas e oleodutos suficientes para armazenar combustível, uma vez que instalações convencionais de estocagem foram rapidamente preenchidas em meio à oferta abundante e à queda na demanda devido ao coronavírus.

Dezenas de navios-tanque foram afretados nos últimos dias para armazenar pelo menos 30 milhões de barris de combustível de aviação, gasolina e diesel no mar, atuando como estoques flutuantes, à medida que tanques em terra firme já estão cheios ou reservados, de acordo com traders e dados de agências marítimas.

O volume se junta aos 130 milhões de barris de petróleo bruto já armazenados de maneira flutuante, acrescentaram fontes dos setores.

É difícil avaliar toda a capacidade de estocagem de petróleo do mundo, mas sinais de que o limite está sendo atingido são cada vez mais óbvios. O aumento do armazenamento marítimo é um indicador, já que ele é mais caro do que a estocagem "onshore" e pode ser tecnicamente complexo.

Em terra, o armazenamento nos Estados Unidos está sendo preenchido rapidamente, com estoques figurando em 518,6 milhões de barris neste momento, próximos a uma máxima histórica. O centro de distribuição de Cushing, em Oklahoma, estará efetivamente cheio até maio, segundo operadores.

Dessa forma, produtores, refinarias e traders estão adotando táticas mais incomuns, como a estocagem de petróleo e combustíveis em vagões de trens no nordeste dos EUA e em oleodutos fora de utilização.

Na Europa, o centro de armazenamento e refino do noroeste do continente ainda possui espaço a ser preenchido, mas especialistas da indústria indicam que a maior parte da capacidade restante já foi reservada.

Cavernas de sal na Suécia e em outros países escandinavos também estão ou lotadas, ou totalmente reservadas.