Índia aumenta preços de referência pagos a agricultores

Reuters

Publicado 07.06.2023 12:23

Atualizado 07.06.2023 13:01

Por Mayank Bhardwaj e Rajendra Jadhav

NOVA DELHI (Reuters) - A Índia elevou na quarta-feira o preço determinado pelo governo para culturas de verão, como arroz e algodão, ao máximo em cinco anos, enquanto o primeiro-ministro Narendra Modi procura atrair milhões de agricultores antes das eleições gerais do ano que vem.

O país anuncia preços de suporte para mais de uma dúzia de safras a cada ano para estabelecer uma referência. Mas analistas dizem que o aumento maior do que o normal pode afetar as finanças do governo e alimentar a inflação.

A Índia aumentou em 7% o preço pelo qual comprará o arroz em casca comum na nova safra, para 2.183 rúpias (26,45 dólares) por 100 kg, disse o ministro do Comércio, Piyush Goyal, a repórteres após uma reunião de gabinete presidida por Modi.

O governo está ansioso para aumentar a produção de arroz depois de proibir as exportações de grãos quebrado em setembro e impor um imposto de 20% sobre as exportações de vários tipos para acalmar os mercados domésticos, que subiram depois que chuvas abaixo da média limitaram o plantio.

Este ano, fontes do governo disseram à Reuters que a proibição das exportações de arroz quebrado e um imposto de 20% sobre os embarques de arroz branco no exterior seriam mantidos, já que o maior exportador mundial do grão tenta conter os preços.

"A alta nos preços do arroz em casca aumentaria os preços de exportação do arroz em 30 dólares por tonelada. A Índia pode se tornar pouco competitiva no mercado mundial a menos que o governo retire os impostos de 20% sobre as exportações", disse BV Krishna Rao, presidente da Associação de Exportadores de Arroz da Índia.

O governo seria forçado a comprar muito mais arroz em casca dos agricultores se as exportações desacelerassem por causa dos preços de apoio mais altos, disse ele.

A Índia compete com a Tailândia e o Vietnã no mercado mundial, e a demanda por arroz branco já está diminuindo devido ao imposto de exportação, disse Himanshu Agarwal, diretor executivo da Satyam Balajee, maior exportador de arroz da Índia.