Ouro: Rali recente do Bitcoin impulsiona a commodity?

Investing.com  |  Autor Jessica Bahia Melo

Publicado 05.03.2024 16:35

Investing.com – Enquanto o Bitcoin atinge nova máxima histórica com a expectativa do halving, com diminuição da oferta, além da animação com o aumento da liquidez diante da aprovação dos fundos negociadas em bolsa (ETFs) da criptomoeda à vista, os mercados veem ainda outro beneficiado, além das criptoativos: o ouro. A commodity chegou à máxima histórica nesta terça, 05.

O ouro spot subia 0,92%, a US$2.133,94 às 16h30 (de Brasília), mas passou de US$2.140 por volta das 10h35, acima do recorde de 4 de dezembro do ano passado, de US$ 2.135,39.

De acordo com o Julius Baer, que tratou do assunto em nota ao mercado, os ganhos ocorrem mesmo sem os catalisadores habituais da commodity. Ainda que o otimismo tenha se espalhado, as perspectivas da commodity seriam distintas das do principal criptoativo no mercado.

“Salvo uma recessão nos EUA e uma inversão relacionada da política monetária dos EUA, acreditamos que os preços do ouro estão a ser negociados numa base suave e vemos mais desvantagens do que vantagens numa visão de médio e longo prazo. Dito isto, os riscos de preços a curto prazo estão inclinados para cima”, aponta Carsten Menke, chefe de pesquisa de próxima geração do Julius Baer.

“Embora a procura por Bitcoins tenha sido muito forte desde o lançamento dos fundos negociados em bolsa dos EUA com garantia física, isto é muito específico do mercado e normalmente não deverá ter qualquer impacto sobre o ouro”, completa o Julius Baer, que avalia que os fundamentos do ouro são muito menos favoráveis, pois os investidores que procuram refúgios seguros continuam à margem diante da resiliência da economia dos EUA.

“Taxas de juro mais baixas não são suficientes, tal inversão das taxas de juro teria de ser acompanhada por uma recessão para proporcionar um aumento duradouro dos preços”, conclui.