Produção de trigo no RS pode crescer para 2,5 mi t, diz Serra Morena

Reuters

Publicado 04.06.2020 18:22

Atualizado 04.06.2020 18:55

SÃO PAULO (Reuters) - A produção de trigo no Rio Grande do Sul pode alcançar 2,5 milhões de toneladas este ano, estimou a Serra Morena Corretora nesta quinta-feira, em uma visão mais otimista que a perspectiva do governo federal.

Levantamento mais recente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) indica queda de 10% na produção gaúcha de trigo, para 1,98 milhão de toneladas, ante 2,2 milhões de toneladas registradas na colheita do ano passado.

"A temporada atual começou com muita dúvida, mas as chuvas ajudaram...", disse o analista de mercado da Serra Morena Walter Von Muhlen em evento online promovido pela associação da indústria do setor Abitrigo.

"As exportações firmes (da soja) ajudaram o produtor a fazer o planejamento financeiro (para a safra de inverno)... vimos gastos maiores com fertilizantes, maior demanda por insumos (após a seca do verão) e agora estamos diante de lavouras excelentes."

Dados da Conab indicam estabilidade na área de plantio de trigo no Rio Grande do Sul, a 739,5 mil hectares. No entanto, o analista da corretora estima que a área semeada com o cereal deve aumentar de 30 mil a 40 mil hectares em relação à safra passada.

"Não me lembro de um ano que tenha uma previsão tão boa em qualidade e rendimento", disse.

O cultivo do trigo no Rio Grande do Sul começou pelas regiões de Frederico Westphalen, Santa Maria, Santa Rosa, Soledade, Ijuí e Bagé, conforme levantamento da Emater/RS-Ascar em parceria com a Secretaria Estadual de Agricultura, divulgado nesta quinta-feira.

Em Frederico Westphalen, por exemplo, "o plantio se intensificará na primeira quinzena de junho e a expectativa é de aumento de 15% da área de cultivo em relação à safra passada".

Entre as regiões que ainda estão em preparo para dar início à semeadura neste mês, como Caxias do Sul, Erechim e Passo Fundo, também há sinais de elevação de áreas.

"Em Caxias do Sul, a semeadura inicia em junho, com maior concentração em julho; a perspectiva é de acréscimo de 20% da área plantada em relação à da safra passada", estimou a Emater.

Sobre a região de Erechim, a Emater disse que "há previsão de aumento de área diante da expectativa de preços favoráveis e pelo fato de que produtores tentam compensar as perdas ocorridas nas culturas de verão".