Raízen vê Petrobras elevando gasolina para alinhar preço ao mercado de petróleo

Reuters

Publicado 15.02.2022 12:42

SÃO PAULO (Reuters) - A Petrobras (SA:PETR4) deverá em algum momento realizar um reajuste positivo na gasolina vendida no país, para seguir os ganhos registrados no mercado internacional de petróleo e garantir a oferta de outros players no Brasil, avaliou nesta terça-feira o presidente da Raizen SA Preferred (SA:RAIZ4), Ricardo Mussa.

A Raízen é a maior produtora de etanol do Brasil, e uma alta na gasolina pela Petrobras teria potencial de beneficiar a companhia, que também atua na distribuição de combustíveis no país, sendo um dos principais operadores.

"Em algum momento, a Petrobras vai ter que fazer um movimento na gasolina, com certeza, isso (a situação atual de preços) não é sustentável (para o mercado), o Brasil não é autossuficiente", afirmou Mussa, em teleconferência para comentar os resultados trimestrais da companhia.

Ele explicou que uma correlação de preços com o mercado internacional é importante para o país garantir suprimento importado de companhias privadas.

"Há algum potencial de aumento da gasolina no Brasil", acrescentou ele, citando a alta no mercado global de petróleo, que renovou máximas de sete anos na véspera, mas que registrava baixa de mais de 4% nesta terça-feira, após a Rússia determinar que algumas tropas voltem às bases após exercícios militares na Ucrânia.

O Brent caía para cerca de 92 dólares o barril por volta das 12h30 (horário de Brasília).

Em entrevista à Reuters, na véspera, o presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna, disse que a companhia acompanha os efeitos da tensão na Ucrânia, mas avalia que uma estabilização das questões geopolíticas tem potencial de esfriar o mercado de petróleo, algo que também é levado em conta pela companhia antes de qualquer movimento sobre preços de derivados.

Mussa, da Raízen, confirmou que a empresa viu algumas reduções nas vendas de etanol em janeiro, mas agora as negociações do combustível "estão se recuperando um pouco".

A associação do setor no centro-sul, a Unica, afirmou nesta terça-feira que as unidades produtoras de etanol comercializaram um total de 1,76 bilhão de litros em janeiro, queda de 32,39% em relação ao mesmo período do ano anterior.