Aziz diz que Queiroga "mentiu demais" e vai voltar à CPI; não descarta prisão de depoentes

Reuters

Publicado 12.05.2021 20:22

Por Ricardo Brito

BRASÍLIA (Reuters) - O presidente da CPI da Covid do Senado, Omar Aziz (PSD-AM), afirmou nesta quarta-feira que o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, "mentiu demais" em depoimento que prestou na semana passada à comissão de inquérito, e não descartou aceitar futuramente pedidos de prisão de depoentes por faltarem com a verdade.

O comentário de Aziz foi feito perto do final do depoimento do ex-secretário de Comunicação Social da Presidência Fábio Wajngarten, que teve um pedido de prisão feito pelo relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), que foi rejeitado pelo presidente do colegiado.

"Eu vi o atual ministro que vai voltar aqui porque mentiu muito, mentiu demais, mentiu até mais do que você (se referindo a Fábio Wajngarten), ele vai voltar e aí ele vai ter que dizer como é que ele diz que nunca é tarde após 425 mil mortes", disse o presidente da CPI.

"Não é tarde para você, ministro, que não perdeu familiares, amigos, que não ficou órfão. É tarde para quem ficou órfão, para quem perdeu pessoas queridas, familiares e amigos. É tarde sim, ministro, nós poderíamos ter resolvido isso muito antes", emendou.

O ex-ministro Queiroga já tem requerimentos para ser convocado novamente à CPI, após críticas de senadores diante do depoimento que ele deu ao colegiado.

Em sua fala, o presidente do colegiado não detalhou quais seriam as mentiras ditas pelo atual ministro da Saúde. Procurada, a assessoria de Queiroga não respondeu de imediato o pedido de comentário.