Bolsonaro questiona eficácia de vacinas contra Covid e erra ao dizer que estão em "estado experimental"

Reuters

Publicado 09.06.2021 18:50

Por Ricardo Brito

BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro voltou a questionar nesta quarta-feira a eficácia das vacinas contra Covid-19 e chegou a dizer, erroneamente, que elas estariam em fase experimental.

As vacinas que já estão sendo aplicadas no Brasil foram autorizadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em caráter definitivo --caso da Pfizer (NYSE:PFE) (SA:PFIZ34) e da AstraZeneca (LON:AZN) (SA:A1ZN34)-- ou de forma emergencial --como a CoronaVac.

Todas elas passaram por avaliações do órgão regulador que comprovaram a sua eficácia, qualidade e segurança, após testes clínicos com milhares de pessoas.

O comentário do presidente foi feito durante um Culto Interdenominacional das Igrejas de Anápolis, em Goiás, na presença de fiéis e políticos. Na ocasião, ele voltou a defender enfaticamente uso da cloroquina, medicamento sem eficácia comprovada contra Covid-19.

"E eu pergunto: a vacina tem comprovação científica ou está em estado experimental ainda? Está experimental", disse.

Além de questionar a eficácia das vacinas e defender o uso da cloroquina, o presidente queixou-se novamente das medidas de restrição de circulação de pessoas e fechamento temporário de atividades.

h2 ELEIÇÃO DE 2018/h2

Mais uma vez sem apresentar provas, o presidente repetiu que tem "provas materiais" de que houve fraude em sua vitória eleitoral na eleição de 2018 e que, por essa razão, não foi eleito na ocasião já no primeiro turno.

"Eu fui eleito no primeiro turno. Eu tenho provas materiais disso, mas o sistema, a fraude que existiu sim, me jogou para o segundo turno", disse.

"Outras coisas aconteceram e eu só acabei ganhando porque tive muito voto e algumas poucas pessoas que entendiam de como evitar ou inibir que houvesse a fraude naquele momento", emendou ele.

A declaração do presidente é mais uma na qual ele disse ter havido fraude na disputa eleitoral.

Em março de 2020, o presidente já havia dito que houve “fraude” na apuração dos votos do pleito presidencial do qual saiu vitorioso. Afirmou na ocasião que iria mostrar provas "brevemente".