China amplia restrições contra Covid; agitação em fábrica da Apple aumenta preocupação com economia

Reuters

Publicado 23.11.2022 08:33

Por Bernard Orr

PEQUIM (Reuters) - Cidades chinesas impuseram mais restrições nesta quarta-feira para conter o aumento dos casos de coronavírus, ampliando as preocupações dos investidores com a economia, com novos distúrbios na maior fábrica de iPhone do mundo destacando o impacto social e industrial das medidas rígidas contra a Covid-19 na China.

Em Pequim, shoppings e parques foram fechados e áreas outrora movimentadas da capital pareciam locais fantasmas, já que as autoridades exortavam as pessoas a ficarem em casa. Xangai proibiu as chegadas recentes de ir a restaurantes e outros locais, e várias cidades impuseram lockdowns localizados no momento em que as infecções se aproximam dos níveis mais altos vistos em abril.

As medidas estão abalando as perspectivas para a segunda maior economia do mundo e diminuindo as esperanças de que a China afrouxe significativamente sua política atípica contra a Covid em breve.

“Embora haja pouca perspectiva de as autoridades optarem por recuar da política de Covid-zero durante o inverno, há um risco significativo de que os esforços de contenção falhem”, escreveram analistas da Capital Economics. Esse fracasso pode resultar em mais lockdowns que causariam danos sem precedentes à economia, acrescentaram os analistas.

As restrições à Covid na China, as mais rígidas do mundo, alimentaram o descontentamento generalizado e interromperam a produção de fabricantes, incluindo a Foxconn (TW:2354) de Taiwan, o maior fornecedor de iPhone, da Apple (NASDAQ:AAPL) (BVMF:AAPL34).

Nesta quarta-feira, cenas publicadas nas redes sociais mostraram trabalhadores da Foxconn derrubando barreiras e brigando com autoridades em trajes de proteção, gritando "nos dê nosso pagamento". A agitação segue semanas de turbulência, que viram vários funcionários deixarem a fábrica por causa dos controles da Covid.

Localidades que respondem por quase um quinto do PIB total da China estão sob alguma forma de lockdown ou restrição, estimou a corretora Nomura no início desta semana, um número que excederia o PIB da economia britânica.

Embora os números de infecções sejam baixos para os padrões globais, a China manteve sua abordagem de Covid-zero, uma política do presidente Xi Jinping que, segundo autoridades, salva vidas e evita que o sistema médico seja sobrecarregado. Na terça-feira, houve 28.883 novos casos transmitidos domesticamente, mostraram dados oficiais.

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