Reuters
Publicado 29.05.2020 18:50
Por Tom Daly e Mai Nguyen
PEQUIM/CINGAPURA (Reuters) - As importações chinesas de alumínio estão prestes a atingir seus níveis mais altos em uma década, disseram traders e analistas, como uma oportunidade de arbitragem criada pela recuperação da demanda depois que o surto de coronavírus no país tornou mais barato comprar metal de fora.
A China, maior produtora mundial do metal, usado na produção de carros a latas, normalmente tem pouca necessidade de importar alumínio primário, feito de alumina e não de sucata.
As importações em todo o ano de 2019 totalizaram pouco mais de 75 mil toneladas, contra uma produção de 35 milhões de toneladas. Neste ano, no entanto, à medida que a demanda no resto do mundo entra em colapso e o consumo de metais na China se recupera de um choque induzido pela pandemia, suas importações de alumínio devem atingir as 100 mil toneladas só em maio.
A questão é que os preços do alumínio em Xangai superam 13 mil iuanes (1.800 dólares) por tonelada e excedem em muito os preços da London Metal Exchange de 1.500 dólares, abrindo uma arbitragem para que compradores chineses procuram o exterior.
"A última vez que vimos algo assim foi em 2009, mas isso foi um estímulo artificial do governo para a indústria, não por forças naturais do mercado", disse Paul Adkins, diretor da consultoria AZ China Ltd.
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O recorde mensal da China para importações de alumínio - incluindo metal primário - foi de 440 mil toneladas em abril de 2009.
A China poderá importar 120 mil toneladas ou mais de alumínio primário em maio e o mesmo em junho, se a arbitragem persistir pelo menos em parte devido a estímulos econômicos pós-pandemia, disse Roman Andryushin, chefe de vendas e marketing da gigante russa de alumínio United Company Rusal. Cerca de um terço disso pode ser de origem russa, afirmou.
À medida que o alumínio entra, porém, a alta nos preços de Xangai "pode diminuir", fechando a arbitragem, disse Helen Lau, analista da Argonaut Securities, em nota, sem fornecer um prazo.
((Tradução Redação São Paulo, 55 11 56447701))
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Escrito por: Reuters
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