Com 1.641 novas mortes, Brasil registra recorde de óbitos por Covid-19 em um dia

Reuters

Publicado 02.03.2021 21:03

Por Lisandra Paraguassu e Gabriel Araujo

BRASÍLIA/SÃO PAULO (Reuters) - O Brasil registrou nesta terça-feira 1.641 novas mortes em decorrência da Covid-19 , recorde para um único dia desde o início da pandemia, o que eleva o total de vítimas fatais da doença no país a 257.361, segundo o Ministério da Saúde.

A máxima diária anterior havia sido estabelecida em 29 de julho do ano passado, ainda na primeira onda da crise sanitária, quando o país reportou 1.595 óbitos.

Além disso, também foram notificados nesta terça 59.925 novos casos de coronavírus, com o total de infecções confirmadas no país atingindo 10.646.926, de acordo com os números do governo.

As cifras diárias voltam a avançar após dois dias com registros abaixo da média, já que domingos e segundas-feiras costumam apresentar contagens menores em função do represamento de testes aos finais de semana.

O Brasil, em meio a uma nova onda de contaminações e mortes, é o segundo país com maior número de óbitos por coronavírus no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, e o terceiro em casos, abaixo dos EUA e da Índia.

O Imperial College de Londres indicou nesta terça-feira que a taxa de transmissão da Covid-19 no Brasil figura atualmente em 1,13 --o que significa que cada 100 pessoas com o vírus contaminam outras 113. Só há desaceleração do contágio quando a taxa permanece abaixo de 1.

Já a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) destacou, em nota técnica publicada também nesta terça, que a rápida aceleração da pandemia verificada desde janeiro resultou no pior cenário de ocupação de leitos de UTI para Covid-19 em vários Estados e capitais do país, com 19 unidades da Federação apresentando taxas de ocupação de leitos superiores a 80%.

"Pela primeira vez desde o início da pandemia, verifica-se em todo o país o agravamento simultâneo de diversos indicadores, como o crescimento do número de casos e de óbitos, a manutenção de níveis altos de incidência de SRAG (síndrome respiratória aguda grave), a alta positividade de testes e a sobrecarga dos hospitais", disse a fundação.

"O cenário alarmante, segundo a análise, representa apenas a ponta do iceberg de um patamar de intensa transmissão no país", acrescentou a nota.

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Em meio a esse quadro de piora da pandemia no país, o presidente Jair Bolsonaro voltou a atacar nos últimos dias governadores e prefeitos que adotam medidas de restrições a atividades econômicas como forma de frear a disseminação do vírus.