Doria prorroga quarentena até 31 de maio em SP

Reuters

Publicado 08.05.2020 13:03

Atualizado 08.05.2020 15:15

Por Eduardo Simões

SÃO PAULO (Reuters) - A quarentena para conter a disseminação do coronavírus no Estado de São Paulo será prorrogada até o dia 31 de maio, anunciou nesta sexta-feira o governador paulista, João Doria (PSDB), que afirmou ser impossível relaxar as medidas de restrição, como fechamento do comércio não essencial, num momento em que a curva da pandemia está em ascensão.

"Como governador de São Paulo, eu gostaria de dar uma notícia diferente da que vou dar agora, mas o cenário é desolador. Teremos que prorrogar a quarentena até 31 de maio", disse Doria em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista.

No dia 22 de abril, Doria anunciou que o governo elaborava um plano para reabertura da economia paulista --que dependeria do andamento da pandemia no Estado, da adesão ao isolamento social e da ocupação de leitos-- a partir do fim do decreto atual, no dia 10 de maio, e que seria detalhado nesta sexta.

A primeira quarentena decretada por Doria para tentar conter o coronavírus começou a vigorar no dia 24 de março.

Segundo o governador, o avanço da pandemia em São Paulo --com a aceleração do número de casos-- e a baixa adesão ao isolamento social --que tem estado abaixo de 50% em dias de semana-- inviabilizaram a reabertura.

"Nenhum país do mundo conseguiu relaxar o isolamento social com a curva de contaminação em alta. Repito: nenhum", disse Doria.

"Infelizmente, nas últimas semanas, houve um desrespeito à quarentena em São Paulo, tristemente, e em outras partes do Brasil também. E o número de casos aumentou, e aumentou dramaticamente. No mês de abril, houve um aumento de 3.300% no ritmo do crescimento dos casos de coronavírus nos municípios do interior e do litoral do Estado de São Paulo. Na região metropolitana, um aumento de 770% em apenas 30 dias."

O governador disse que, por ora, não existem estudos para a adoção de um lockdown no Estado, mas alertou que esta medida, ou outras de restrição mais duras não estão descartadas e que o governo pode lançar mão delas até mesmo antes do fim da nova quarentena, no dia 31 deste mês.

Também presente na entrevista coletiva, o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, que assumiu interinamente a coordenação do Centro de Contingência do Coronavírus de São Paulo, disse que a reabertura dos setores econômicos afetados pela quarentena dependerá de um isolamento social mínimo de 55%, de uma redução sustentada no número de novos casos no Estado durante 14 dias e de uma ocupação de leitos de unidade de terapia intensiva (UTI) menor que 60%.