Estudos preliminares apontam eficácia de vacinas contra casos graves de Ômicron, diz vice da Fiocruz

Reuters

Publicado 07.12.2021 19:41

RIO DE JANEIRO (Reuters) - Os estudos preliminares e ainda em fase laboratorial realizados no exterior apontam que as vacinas contra a Covid-19 protegeriam contra a nova variante Ômicron e evitariam que a doença evolua para forma grave, disse nesta terça-feira o vice-presidente de Produção e Inovação da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Marco Krieger.

"Não temos condições de uma informação conclusiva, mas as evidências laboratoriais mostram que o número de mutações é muito grande e pode ser um problema, mas, por outro lado, já existem relatos que uma parte da resposta é preservada. Temos a expectativa que as vacinas protejam mesmo que não totalmente contra a infecção, mas possam garantir uma boa proteção contra a doença grave, o que é um ganho importante", disse Krieger à Reuters.

O vice da Fiocruz alertou, no entanto, que a distribuição desigual de vacinas pelo mundo ainda provoca o risco de surgimento de novas variantes. "Esse é o medo", frisou.

"Toda variante tem condições de sobrepujar as defesas dos já infectados e a proteção vacinal. A gente não tem visto isso até o momento, nem com a Gama e Delta (variantes anteriores), que também tinham alta capacidade de replicação", acrescentou.

A Fiocruz é responsável pela produção no Brasil da vacina da AstraZeneca (LON:AZN) (SA:A1ZN34)contra a Covid-19.

A Ômicron tem gerado temores em todo o mundo de que a grande quantidade de mutações na proteína spike do coronavírus, usada pelo vírus para infectar as células, possa significar que a variante escape da imunidade induzida por vacinas.

Alguns fabricantes de imunizantes, no entanto, afirmam que, embora seja possível que as vacinas existentes sejam menos eficazes contra a Ômicron, é provável que protejam os infectados pela nova variante contra quadros graves da Covid-19.