Opas recomenda dose de reforço a quem recebeu CoronaVac e vacina da Sinopharm

Reuters

Publicado 03.11.2021 12:34

Atualizado 03.11.2021 16:15

Por Anthony Boadle

BRASÍLIA (Reuters) - A Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) recomendou nesta quarta-feira a aplicação de uma dose de reforço de uma vacina contra Covid-19 nas pessoas que receberam doses dos imunizantes CoronaVac, do laboratório chinês Sinovac (NASDAQ:SVA), e da vacina fabricada pela farmacêutica chinesa Sinopharm.

Os dois imunizantes são produzidos com a tecnologia de vírus inativado. No Brasil, idosos e profissionais de saúde vacinados com a CoronaVac, vacina que deu a largada à campanha nacional de imunização contra a Covid no país, estão recebendo doses de reforço, prioritariamente com o imunizante da Pfizer (NYSE:PFE), feita com a tecnologia de RNA mensageiro, desde que tenham completado seis meses após a segunda dose da CoronaVac.

O braço da Organização Mundial da Saúde (OMS) para as Américas disse que 46% da população da América Latina e Caribe está totalmente vacinada, e a maioria dos países já atingiu a meta de 40% de cobertura vacinal da OMS definida para o final do ano, acrescentando que as infecções e mortes por Covid-19 na região caíram pela oitava semana seguida, ao mesmo tempo que alertou que um alto percentual de internações hospitalares causadas pela doença são de pessoas que não se vacinaram.

"A desigualdade da vacina continua sendo a maior barreira para atingir nossas metas de cobertura", disse o diretor-assistente da Opas, Jarbas Barbosa, em um briefing.

Barbosa chamou de fake news a visão de que pessoas com coronavírus são imunes à Covid-19 e não precisam ser vacinadas. Ele citou um estudo do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC) publicado na sexta-feira que descobriu que pessoas não vacinadas e que tenham previamente testado positivo para o coronavírus têm 5,49 vezes mais probabilidade de serem reinfectadas do que aquelas que foram totalmente vacinadas.

O presidente Jair Bolsonaro, que é cético em relação à vacina e já contraíu Covid-19 pelo menos uma vez, tem dito repetidamente que está imune e não precisa se vacinar.