Randolfe diz que chamar governadores é diversionismo e pede convocação de Bolsonaro na CPI

Reuters

Publicado 26.05.2021 11:38

Atualizado 26.05.2021 14:15

Por Maria Carolina Marcello

BRASÍLIA (Reuters) - O vice-Presidente da CPI da Covid no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), apresentou requerimento nesta quarta-feira para convocar o presidente Jair Bolsonaro a prestar depoimento à comissão.

No pedido, o senador argumenta que "a cada depoimento e a cada documento recebido, torna-se mais cristalino que o presidente da República teve participação direta ou indireta nos graves fatos questionados por esta CPI".

Para ter efeito, o requerimento precisa ser votado e aprovado pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) e pairam dúvidas sobre a possibilidade jurídica de uma CPI convocar um presidente da República.

Randolfe apresentou o requerimento depois de uma reunião privada dos integrantes da CPI em que se chegou a um acordo pela convocação de governadores. O senador foi contrário e afirma que chamar governadores neste momento é uma "manobra diversionista" da bancada governista na CPI e que esse não era o momento.

"Se a CPI vai abrir precedente para convocar governadores, da mesma forma é mais coerente convocar o presidente da República, que tem fato determinado e que está no caminho, no rastro das investigações", disse Randolfe em entrevista à GloboNews.

A visão de Randolfe, no entanto, foi derrotada e a convocação de nove governadores foi aprovada na reunião da CPI da manhã desta quarta. O senador deixou claro que não concordava, mas disse que acatou a decisão da maioria do grupo independente/oposicionista da CPI porque a união desses senadores é o mais importante nesse momento.

"Eu venho trabalhando com afinco para que esse grupo majoritário se mantenha unido. Ele tem que se manter unido", afirmou.

Líder do bloco governista na CPI, o senador Marcos Rogério (DEM-RO) afirmou que a proposta de chamar o presidente foi apenas uma "tentativa de blindagem dos governadores". A proposta levou a um bate-boca entre Rogério e Randolfe na sessão da CPI.