O que fazer com suas GPUs além de apostar na criptomoeda Grin

Livecoins

Publicado 28.01.2019 09:16

Atualizado 28.01.2019 20:16

Por: Livecoins

Este artigo inclui uma tradução adaptada do texto “The Video Miner – A Path to Scaling Video Transcoding“, de Doug Petkanics e Philipp Angele.

A hipercompetitividade na indústria da mineração de criptomoedas se revelou letal ao longo do bear market de 2018. O desaparecimento das margens de lucro deve continuar a surtir o efeito de centralizar atividade mineira em algumas operações de larga escala, tornando cada vez mais difícil ao indivíduo comum gerar lucro minerando criptomoedas – especialmente bitcoin. São raras as oportunidades de mineração que parecem lucrativas para operações menores – Monero, Grin, Livepeer e outras, aqui e acolá.

Artigo recente da Bitcoin News mostrou que dois conglomerados de mineração de criptomoedas estão entre os maiores consumidores de energia elétrica da Geórgia – o país, não o estado americano. Curiosamente, a vizinha Armênia tem tentado aprovar lei tributárias e políticas de preço de energia sedutoras o suficiente para atrair investimento de operadoras de cripto-hardware.

Fazendas de mineração gigantes vão prosperar somente onde forem lucrativas. Mas vão continuar se proliferando. Mineração com GPU segue sendo não lucrativa na maioria das moedas (salvo exceções, abaixo) e geografias, o que deve fazer com que o vácuo deixado pelos titãs caídos ano sim, ano não, seja preenchido por operações de ASICs de larga escala em estados pós-Soviéticos e nações subdesenvolvidas que manejem arbitragem regulatória para atrair o dinheiro de pools de mineração.

Minerar em hardware comercial, hoje, é menos como “coletar pepitas de ouro” e mais como “juntar poeira de ouro”. Mesmo gente que monta rigs caseiros com 4 GPUs e vive em zona de energia barata batalha pra passar de U$10 de lucro por dia. Isso que comprar 4 AMD RX 580 é um investimento considerável, que a maior parte das pessoas simplesmente jamais faria.

Mas a mineração com GPUs têm sobrevivido ao longo dos anos, em parte pelo ímpeto hobbyista de se participar de redes de criptomoedas, em parte por direcionamento explícito de algumas das maiores moedas do mercado (que buscam ser “amigáveis a GPUs” através de algoritmos que dão vantagem às placas em relação a ASICs). Também há de se considerar o caráter especulativo que a atividade pode adquirir.

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Spec mining é um termo que denota o investimento em mineração de moedas incipientes, antes que ganhem escala, e que podem adquirir valor com o tempo. A prática se popularizou durante a primeira grande onda de altcoins, entre 2011 e 2012, e sobreviveu ao advento dos ASICs em larga escala abraçada a lendas de moedas outrora pequenas que catapultaram seus primeiros mineradores para fortunas impensadas.

GPUs hoje só são competitivas em algumas moedas de proof-of-work recém-lançadas (para as quais ainda não há ASICs) ou naquelas cujo algoritmo incorpora uma decisão de design que favorece placas gráficas. Independentemente do prospecto de lucro, tem gente que pratica, de novo, por puro hobby, ou para colher frutos no futuro (motivação equivalente à de se levantar um nó na Lightning Network e acumular canais abertos, hoje).

Exemplos de algoritmos de mineração amigáveis a GPUs funcionando em moedas relativamente grandes, hoje, são o CryptoNight (Monero) e X16R (Raven). Em 2019, um que entra sob os holofotes é o Cuckaroo, algoritmo resistente a ASICs da Grin. Você já ouviu falar dela.

Na verdade, a Grin depende de 2 algoritmos-chave em seu proof-of-work – o Cuckatoo, que é propenso a ASICs, e o Cuckaroo, anti-ASIC, que pode ser minerado por CPUs e GPUs. Ao menos incialmente, 90% da emissão é direcionada para mineradores do Cuckaroo. Essa proporção deve desacelerar o desenvolvimento de ASICs e encorajar um mercado com oferta de hashrate distribuída. Espera-se que o Cuckaroo, inclusive, forke a cada 6 meses – em modelo similar ao adotado pela Monero.

A boa notícia é que tem um tipo de cripto-mineração novo (2018), que faz uso de uma parte subutilizada da maioria das placas gráficas do mercado, e que pode gerar receita adicional a mineradores que já usam GPUs em suas operações.

Minerando vídeo A Livepeer é um mercado de serviços de processamento de vídeo, daqueles que são necessários a quaisquer desenvolvedores integrando imagens em movimento a suas aplicações – e cujas maiores ofertas vêm dos próprios Youtube e Facebook. Startups que integram vídeo a seus produtos sofrem com preços altos (mesmo que subsidiados até certa escala) e a necessidade de se pagar pelo serviço provido na infraestrutura de um competidor.

Conectando-se à rede da Livepeer, mineradores de criptomoedas podem “alugar” partes ociosas de suas GPUs para quem demanda serviços de processamento de vídeo.