Investing.com | Autor David Wagner
Publicado 12.12.2022 07:18
Atualizado 12.12.2022 09:28
Investing.com – Após a falência da plataforma de criptomoedas FTX, “CZ”, como é conhecido o chefe da Binance, maior exchange de criptos do mundo, sugeriu a ideia de que as plataformas apresentassem uma “prova de reservas”, com detalhes das suas reservas para comprovar sua saúde financeira.
A Binance, com isso, acabou revelando algumas informações não auditadas das suas próprias reservas, através de um relatório independente da Mazars, em 7 de dezembro, apresentado como evidência de que a plataforma de CZ não seguiria o mesmo caminho da de Sam Bankman-Fried.
h2 Relatório da Mazars sobre as reservas de bitcoin da Binance possui algumas áreas nebulosas/h2De acordo com especialistas ouvidos pelo Wall Street Journal, esse relatório não contém apenas elementos “tranquilizadores”, mas também “sinais vermelhos” a respeito das finanças da Binance.
Em particular, o relatório da Mazars foi criticado pela falta de informações relacionadas à qualidade dos controles internos e ao método usado pelos sistemas da Binance para liquidar os ativos como parte da cobertura de empréstimo de margem.
Fontes do WSJ também expressaram preocupação com a ausência de dados a respeito da estrutura corporativa da Binance. Exemplo disso foi o fato de que o diretor-chefe de estratégia da plataforma, Patrick Hillmann, não conseguiu citar o nome da empresa controladora da Binance, argumentando que a companhia estaria em meio a uma reorganização que já dura quase dois anos.
Especialistas com quem o jornal conversou também reclamaram que a prova de reservas da Binance mostra que os fundos dos clientes estão 97% assegurados, excluindo ativos emprestados a usuários através de empréstimos e contas de margem. De fato, a relação de 1:1 entre reservas e ativos dos clientes defendida pela Binance não foi alcançada.
h2 Fundos de clientes da Binance têm garantia de 97% ou 101%, dependendo do método de cálculo/h2Por outro lado, “com a inclusão de ativos em escopo emprestados aos clientes através de margem e empréstimos, que estão lastreados em ativos fora de escopo, descobrimos que a Binance tinha garantia de 101%”, declarou a Mazars.
Especificamente, o relatório da Mazars apresentou três números, denominados em bitcoin, incluindo o “Relatório de Saldo de Passivos dos Clientes”, com um saldo de 597.602 bitcoins, e o “Relatório de Saldo de Ativos”, com um saldo de 582.486 bitcoins, representando a cobertura de 97,4% dos ativos dos clientes.
O terceiro número, o “saldo líquido de passivos” (excluindo ativos em escopo emprestados aos clientes), mostrou que uma liquidez ajustada para baixo de cerca de 21.860 bitcoins a 575.742 bitcoins. E o cálculo nessa base realmente afirma que os fundos dos clientes da Binance estão 101% respaldados pelas reservas.
A porta-voz da Binance, Jessica Jung, declarou que a diferença de 21,860 bitcoins correspondia a “empréstimos de BTC feitos a clientes através de um programa da Binance” e que “a garantia para esses empréstimos não estão em BTC, mas em outras moedas”.
As razões para o ajuste podem estar relacionadas ao fato de que o relatório da Mazars focou apenas no bitcoin, evitando propositalmente todas as outras criptomoedas.
No entanto, a Binance declarou que começará a publicar informações sobre outras criptomoedas disponíveis em sua plataforma e suas respectivas reservas nas próximas semanas.
Por isso, será necessário aguardar um pouco mais para ter uma visão completa e realista da força financeira da companhia.
Escrito por: Investing.com
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