Ata do Fed deve detalhar debate sobre redução de estímulo e temores inflacionários

Reuters

Publicado 18.08.2021 07:41

Por Howard Schneider

WASHINGTON (Reuters) - A divulgação da ata da última reunião do banco central dos Estados Unidos, nesta quarta-feira, deve oferecer mais detalhes em relação ao debate em andamento no Federal Reserve sobre quando encerrar os programas emergenciais da pandemia e sinalizar o nível de preocupação entre as autoridades sobre a inflação mais alta do que o esperado.

O documento, que será divulgado às 15h (horário de Brasília), é referente ao encontro realizado nos dias 27 e 28 de julho, sessão em que o Fed disse que ainda tinha fé na recuperação econômica dos EUA, mesmo com a variante Delta do coronavírus gerando um salto no número de casos de Covid-19.

Na ocasião, as autoridades também continuaram discutindo planos para o eventual encerramento de suas compras mensais de títulos, atualmente no valor de 120 bilhões de dólares mensais.

Desde então, a crise sanitária se intensificou. Mas o crescimento do emprego permaneceu forte até julho, a recuperação doméstica dos EUA parece amplamente nos trilhos e a inflação segue bem acima da meta de 2% do Fed -- tanto que algumas autoridades têm pressionado por um fim rápido dos programas de emergência, argumentando que eles já não têm mais utilidade.

Analistas esperam que o Fed anuncie seu plano para uma redução gradual das compras de títulos já na reunião de 21 e 22 de setembro do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), mas têm menos certeza sobre a rapidez, na prática, da redução das compras mensais.

O chair do Fed, Jerome Powell, também pode fornecer informações em comentários à conferência do Fed em Jackson Hole, Wyoming, já na próxima semana.

Uma "recuperação econômica excepcionalmente desigual levou a uma divisão dentro do (Fomc)", entre aqueles que acham que as compras devem começar a ser reduzidas logo e encerradas rapidamente e aqueles que acham que o Fed deve ser paciente até que o mercado de trabalho se recupere plenamente, escreveu Kathy Bostjancic, economista-chefe para os EUA da Oxford Economics.