Autoridades do Fed discutem acelerar conclusão de compras de ativos

Reuters

Publicado 19.11.2021 16:54

Por Ann Saphir e Lindsay Dunsmuir

19 Nov (Reuters) - Formuladores de política monetária do Federal Reserve têm considerado publicamente a possibilidade de retirar seu apoio à economia mais rapidamente do que haviam sinalizado semanas atrás, com uma autoridade do alto escalão demandando redução mais rápida das compras de títulos e outra sinalizando que gostaria de discutir esse tema na próxima reunião do Fed.

"Irei examinar atentamente os dados que teremos entre agora e a reunião de dezembro e pode muito bem ser apropriado ter nessa reunião uma discussão sobre como aumentar o ritmo pelo qual temos reduzido nosso balanço patrimonial", disse o vice-chair do Fed, Richard Clarida, na edição de 2021 da Conferência de Política Econômica sobre a Ásia do Fed de San Francisco

Neste mês, o banco central norte-americano começou a diminuir seus 120 bilhões de dólares em compras mensais de ativos a um ritmo em que concluiria inteiramente o processo em meados de 2022 e afirmou que, se as condições econômicas justificassem, estaria preparado para ajustar a velocidade.

"Isso será algo a se considerar na próxima reunião", disse Clarida ao frisar o risco de alta para uma inflação já elevada e que a economia está "em uma posição muito forte".

Mais cedo nesta sexta-feira, o diretor do Fed Christopher Waller já havia feito apelo para que o banco central acelerasse a redução nas compras de títulos para aumentar a margem para aumento das taxas de juros, que estão em nível próximo a zero, já no segundo trimestre do ano que vem, caso a inflação alta e a força da geração de empregos persistam.

"A rápida melhora no mercado de trabalho e os dados de inflação em deterioração têm me levado a ficar favorável a um ritmo mais veloz de redução gradual (de estímulos) e a uma remoção mais acelerada da acomodação (monetária) em 2022", disse Waller no Centro para Estabilidade Financeira em Nova York.

Ao responder perguntas depois do discurso, ele defendeu que o Fed dobrasse o ritmo da redução em janeiro para que a concluísse em abril.