Banco Central reduz Selic em 0,25 p.p. para 6,75% ao ano e sinaliza fim de cortes

Investing.com  |  Autor 

Publicado 07.02.2018 17:41

Atualizado 07.02.2018 18:22

Banco Central corta Selic em 0,25 p.p. para 6,75% ao ano

Investing.com - O Banco Central reduziu a taxa básica de juros do país para 6,75%, em votação unânime. O corte de apenas 0,25 p.p. era amplamente aguardado pelo mercado e marcou nova diminuição no ritmo de redução da Selic.

Em seu comunicado após a reunião de dois dias do Copom iniciada ontem, os diretores do BC sinalizam que essa poderá ser a última redução dos juros neste ciclo. Nas últimas semanas, parte do mercado já levantava dúvidas se o banco faria mais uma redução, para 6,5%, ou se encerraria o ciclo nos 6,75% definidos hoje.

"Caso o cenário básico evolua conforme esperado, o Comitê vê, neste momento, como mais adequada a interrupção do processo de flexibilização monetária", disse o banco.

A decisão de hoje foi a 11ª do atual ciclo de cortes, iniciado em outubro de 2016, quando a taxa básica era de 14,25%. Ao todo, o Copom cortou 7,5 p.p. da Selic, acompanhando o surpreendente processo de desinflação da economia nos últimos 18 meses.

Desde o pico de 10,71% no acumulado de 12 meses alcançado em janeiro de 2016, o IPCA tem mantido uma trajetória de queda até ficar abaixo do piso de 3% na leitura de 2017.

Ciclo de alta?

Em relatório enviado a clientes, analistas do Credit Suisse apontam que a recuperação da atividade e a melhora do crédito doméstico sugerem que não é necessário cortes adicionais. Na visão do banco, a curva dos juros futuros (DI – Depósios interfinanceiros) de fato precifica a redução de hoje, uma pequena chance de um novo movimento para baixo em março, mas também a estimativa de reversão da política monetária a partir do segundo semestre.

Para a consultoria Roubini Global Economics, a Selic deve chegar ao final de 2018 com o juro a 7,5%. Para 2019, o próprio relatório Focus projeta o juro a 8%. “Enquanto a maior parte dos mercados concorda em grande parte que este será o fim da flexibilização do Banco Central, há um debate sobre quando ele começará a reverter o ciclo aumentando as taxas”, ressalta o economista sênior Pedro Tuesta em um relatório. Segundo ele, a reversão começará no último trimestre de 2018, embora a maioria não a aguarde até 2019.

Riscos internos e externos

O banco voltou a alertar para o risco do descontrole das contas públicas, prejudicial para a sequência do processo desinflacionário e de corte da Selic.

Abaixe o App
Junte-se aos milhões de investidores que usam o app do Investing.com para ficar por dentro do mercado financeiro mundial!
Baixar Agora

“Uma frustração das expectativas sobre a continuidade das reformas e ajustes necessários na economia brasileira pode afetar prêmios de risco e elevar a trajetória da inflação no horizonte relevante para a política monetária”, disse o Copom em seu comunicado.

O comentário do BC vem em meio a reta final das discussões sobre a reforma da Previdência, que poderá ser votada em 20 de fevereiro após uma sequência de adiamentos. O governo, contudo, segue sem conseguir os 308 votos necessários para sua aprovação, que já é dada como praticamente descartada pelos analistas políticos e econômicos.

O cenário externo com um possível superaquecimento da economia dos EUA também é citado como um risco para a trajetória da inflação - e dos juros - do país. Uma aceleração norte-americana poderia estimular a inflação acima da meta de 2% do Federal Reserve, o que implicaria em um aperto da política monetária. Essa dinâmica contribuiria para a rotação de capital para títulos do Tesouro dos EUA em busca de uma rentabilidade maior, retirando, assim, liquidez do mercado e os investimentos em países de maior risco como o Brasil.

Segundo o BC, a falta de reformas tem risco intensificado em caso de “reversão do corrente cenário externo favorável para economias emergentes”.

Recorde mínimo

A taxa de juros de 6,75% é a menor da série histórica iniciada com a adoção do tripé econômico em 1999. Antes dos 7% da última reunião, o recorde anterior de 7,5% havia sido alcançado em outubro de 2012, quando o BC, na época comandado por Alexandre Tombini, sofreu pressão política para seguir cortando juros, apesar da tendência desfavorável da inflação oficial, pressionada pelo consumo e, a seguir, pelos reajustes após anos de repressão dos preços controlados, a seca que pressionou o preço de energia elétrica e provocou quebra de safras.

Neste período de metas de inflação, a Selic chegou ao seu ponto máximo de 26,5% ao ano entre fevereiro e maio de 2003, como consequência da forte inflação. Na época, o IPCA disparou pressionado pela desvalorização do real frente ao dólar, com investidores reagindo à eleição de Lula à presidência da República.

Desde o início do Plano Real, contudo, a Selic chegou aos 45% em março de 1999, em uma tentativa quase desesperada do governo Fernando Henrique Cardoso de manter a entrada de dólar no Brasil, enquanto o país migrava do câmbio fixo para o atual câmbio flutuante, em meio às crises russa e asiática do fim dos anos 1990.

Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.

Sair
Tem certeza de que deseja sair?
NãoSim
CancelarSim
Salvando Alterações