Banco da Inglaterra aumenta juros para 1% apesar do risco de recessão

Reuters

Publicado 05.05.2022 08:16

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Por William Schomberg e David Milliken

LONDRES (Reuters) - O banco central britânico elevou a taxa de juros a 1% nesta quinta-feira, nível mais alto desde 2009, para combater a inflação que agora está acima de 10%, mesmo enviando um alerta de que o Reino Unido corre o risco de cair em recessão.

Os nove membros do Banco da Inglaterra votaram em 6 a 3 para a alta de 0,25 ponto percentual. Catherine Mann, Jonathan Haskel e Michael Saunders pediram um aumento maior, para 1,25%, para eliminar o risco de que o aumento da inflação se instale na economia.

Economistas consultados pela Reuters previam uma votação por 8 a 1 para aumentar os juros para 1%, com uma autoridade se opondo à alta.

Os bancos centrais em todo o mundo estão lutando para lidar com o aumento da inflação que já chegaram a descrever como transitória quando começou com a reabertura da economia global, antes da invasão da Ucrânia pela Rússia provocar a disparada dos preços da energia.

O Banco da Inglaterra disse que também está preocupado com o impacto das políticas de lockdown contra a Covid-19 na China, que ameaçam atingir as cadeias de abastecimento novamente e aumentar a pressão inflacionária

Na quarta-feira, o Federal Reserve aumentou os juros em 0,5 ponto percentual, para uma faixa de 0,75%-1,0%, maior aumento desde 2000. O chair do Fed, Jerome Powell, disse que mais aumentos de 0,5 ponto são possíveis nas duas próximas reuniões.

O movimento do banco central britânico representa a quarta alta consecutiva desde dezembro - o aumento mais rápido nos custos de empréstimos em 25 anos - e ele endureceu sua mensagem sobre novos aumentos, apesar de suas preocupações sobre uma forte desaceleração econômica.

O banco disse que a maioria das autoridades acredita que "algum grau de aperto adicional na política monetária ainda pode ser apropriado nos próximos meses".

A autoridade monetária ainda retirou a palavra "modesto" para descrever a escala de aumentos dos juros à frente.