Bancos estrangeiros veem BC mais "hawkish" e elevam projeções após comunicado do Copom

Reuters

Publicado 06.05.2021 11:47

BRASÍLIA (Reuters) - Os juros brasileiros devem agora subir mais rápida ou agressivamente, de acordo com uma série de grandes bancos globais, depois que o Banco Central deu um tom "hawkish" (duro com a inflação) ao comunicado que acompanhou sua decisão de elevar os custos dos empréstimos pela segunda vez consecutiva.

Morgan Stanley (NYSE:MS) (SA:MSBR34) e BNP Paribas (PA:BNPP) elevaram suas estimativas de Selic para o fim de 2021, enquanto Citi (NYSE:C) (SA:CTGP34), Bank of America (NYSE:BAC) (SA:BOAC34) e Rabobank mantiveram suas previsões, mas agora preveem um ritmo mais rápido de aperto monetário, enquanto o Barclays (LON:BARC) disse que pode revisar suas previsões na próxima semana.

O aumento de 75 pontos-base na taxa Selic, para 3,50% ao ano, havia sido sinalizado pelas autoridades do BC e foi previsto por todos os 29 economistas consultados em pesquisa da Reuters.

Mas o tom do comunicado que acompanhou a decisão foi "hawkish", notavelmente o comentário de que não há compromisso firme com um processo de "normalização parcial" e que "os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados para assegurar o cumprimento da meta de inflação".

"Agora acreditamos que (o Banco Central) terá que promover uma normalização total e aumentar os juros para 6,5% em 2021, contra nossa previsão anterior de 5,0%", escreveram o economista do BNP Paribas Gustavo Arruda e sua equipe em relatório com data de quinta-feira.

"Levando em consideração o ambiente de inflação mais desafiador, esperamos agora duas altas de 75 pontos-base em junho e agosto e três altas de 50 pontos-base em setembro, outubro e dezembro", disseram.

Economistas do Morgan Stanley elevaram sua previsão de Selic para 5,50%, de 5,00% anteriormente, enquanto a projeção para 2022 subiu a 6,50%, ante 6,00%.