BC cita motivos para alta do PIB em 2022 em meio a revisões para baixo do mercado

Reuters

Publicado 28.09.2021 09:49

Atualizado 28.09.2021 10:43

Por Marcela Ayres

BRASÍLIA (Reuters) - O Banco Central listou nesta terça-feira na sua ata do Comitê de Política Monetária (Copom) fatores que devem ajudar a economia brasileira a crescer em 2022, num momento em que agentes de mercado seguem revisando suas projeções continuamente para baixo.

Para o BC, a economia será positivamente afetada no ano que vem pela continuação da recuperação do mercado de trabalho e do setor de serviços, ainda que em menor intensidade que a anteriormente esperada.

O desempenho de setores menos ligados ao ciclo de negócios, como agropecuária e indústria extrativa, também deverá atuar no sentido favorável, assim como "resquícios do processo de normalização da economia" conforme a crise com o coronavírus perde fôlego.

O BC divulgará na quinta-feira, no Relatório Trimestral de Inflação, sua projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2022. No último relatório, de junho, a autoridade monetária só havia indicado a estimativa para a atividade neste ano, prevendo um crescimento econômico de 4,6%, percentual que poderá ser agora revisado.

Já o mercado tem piorado continuamente suas estimativas, embora siga mais otimista para este ano. Para 2022, a perspectiva é de uma alta de 1,57% do PIB, ante alta de 2% vista há quatro semanas, de acordo com boletim Focus mais recente. Para 2021, a projeção é de crescimento de 5,04% do PIB, frente a 5,22% há quatro semanas.

No início deste mês, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, chegou a dizer que a visão do BC para o PIB era um pouco mais baixa que a do mercado para 2021, sendo mais alta para 2022.

Na ata, o BC afirmou que ao resultado do PIB do segundo trimestre "ligeiramente melhor que o esperado" (contração de 0,1% sobre os três meses anteriores) seguiram-se divulgações de alta frequência "marginalmente mais negativas", ainda que evoluindo favoravelmente.

"Parte dessas revisões decorre de uma antecipação do crescimento esperado para alguns dos setores mais atingidos pela pandemia; outra parte deriva da menor produção industrial decorrente da manutenção de dificuldades nas cadeias de suprimentos", disse.