Desemprego no Brasil cai ligeiramente a 14,6%, com 14,8 milhões sem trabalho

Reuters

Publicado 30.07.2021 09:08

Atualizado 30.07.2021 10:11

Por Camila Moreira

SÃO PAULO (Reuters) - A taxa de desemprego no Brasil recuou ligeiramente no trimestre encerrado em maio, mas ainda é a segunda mais alta da série histórica, com 14,8 milhões de desempregados conforme a economia ainda busca engatar uma recuperação dos danos causados pela pandemia de Covid-19.

A taxa de desemprego chegou a 14,6% nos três meses até maio, depois de ter registrado o recorde de 14,7% nos dois trimestres imediatamente anteriores, fechados em março e abril. Entre março e maio de 2020 a taxa tinha sido de 12,9%

Mas o dado informado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira ficou acima da expectativa em pesquisa da Reuters de taxa de 14,5%.

No período, o Brasil registrava ainda 14,795 milhões de desempregados, de acordo os dados apurados pela Pnad Contínua, o que representa alta de 2,6% sobre o trimestre imediatamente anterior, de dezembro a fevereiro, e avanço de 16,4% ante o ano anterior.

Mas o total de pessoas ocupadas também aumentou, chegando a 86,708 milhões entre março e maio, ganho de 809 mil em relação ao trimestre anterior e de 772 mil sobre o mesmo período de 2020.

A expansão da ocupação, segundo a analista da pesquisa, Adriana Berenguy, reflete o avanço de 3,0% dos trabalhadores por conta própria, única categoria profissional que cresceu no período.

“Esses trabalhadores estão sendo absorvidos por atividades dos segmentos de informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas, que cresceu 3,9%", explicou ela.

O mercado de trabalho, em geral o último a se recuperar de crises, ainda reflete os fortes impactos causados pela pandemia de coronavírus, em meio às restrições para conter o avanço da doença.

No setor privado, o total de empregados com carteira assinada no trimestre até maio teve alta de 0,3% sobre o trimestre imediatamente anterior, enquanto o contingente dos que não tinham carteira subiu 0,1%.

Por outro lado, a taxa de informalidade subiu a 40%, de 36,9% no trimestre anterior, correspondendo a 34,7 milhões de pessoas nesta situação. Há um ano, a taxa era de 37,6%, com 32,3 milhões de informais, aqueles sem carteira assinada (empregados do setor privado ou trabalhadores domésticos), sem CNPJ (empregadores ou empregados por conta própria) ou trabalhadores sem remuneração.