Cenário econômico não deve ter melhora "considerável" até fim de 2022, avalia Rio Bravo

Reuters

Publicado 17.09.2021 15:50

Atualizado 17.09.2021 16:27

SÃO PAULO (Reuters) - O cenário econômico brasileiro não deve melhorar de forma "considerável" até o fim do ano que vem, sem perspectiva de alívio "real" no campo político e com a proximidade das eleições de 2022, avaliou a gestora Rio Bravo ao revisar seu cenário e prever juros e inflação para cima e PIB para baixo.

As estimativas para as três variáveis sofreram ajustes para 2021 e 2022. A atividade econômica deve crescer 5,0% em 2021 (5,3% da previsão anterior) e apenas 1,5% no próximo ano (contra 2,0%).

A inflação medida pelo IPCA baterá 8,4% neste ano (de 8%) e 4,3% em 2022 (de 4%). Com isso, os juros terminarão o ano que vem em patamar mais alto que o calculado antes (8,75% contra 8,5%). Com a sinalização recente do Banco Central de que não reagiria a cada dado de alta frequência, a Rio Bravo passou a ver Selic menor ao fim deste ano, de 8,25% (frente a também 8,5%).

Nos últimos dias várias casas financeiras têm piorado seus números para a economia, na esteira da escalada da crise político-fiscal.

"Sem uma perspectiva de melhora real desse cenário político e com a proximidade das eleições de 2022, não deveremos ter uma melhora considerável no cenário macroeconômico até o final do ano que vem", disse a Rio Bravo no relatório de revisão.

"Soma-se a isso, ainda, a intensificação de outras crises, como a crise hídrica e a crise na cadeia global de suprimentos, que acabam por prejudicar uma economia com crescimento já fragilizado", completou.

João Leal, economista da gestora, disse à Reuters que os eventos políticos e a reação do mercado vista posteriormente na verdade apontam que o período eleitoral "está só começando".

"O 7 de Setembro foi só uma pequena amostra", disse, acrescentando que em 2022 o foco estará totalmente voltado para o mês de outubro.

"Não vamos mais estar falando em reforma, do que o Ministério da Economia pode fazer pela economia... Vamos estar falando de eleição, que gera volatilidade, que por sua vez gera perda econômica."

Para ele, o mercado deverá lidar com a espera pela eleição num país com segurança institucional "um pouco menor" do que em 2018.

"Do lado das contas públicas, vemos o governo pressionando, a incerteza aumentando sobre a manutenção das regras fiscais", completou, engatando que o governo tem vindo com ideias "criativas" para financiar o Auxílio Brasil, programa sucessor do Bolsa Família, "com objetivos eleitorais".

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De volta às estimativas econômicas, embora tenha piorado os números para PIB, inflação e juros, a Rio Bravo manteve os prognósticos para a taxa de câmbio: 5,20 reais para o fim de 2021 e 5,00 reais para 2022.

"Depois do último estresse no câmbio decidimos manter em 5,20 reais. E para o ano que vem vemos algum tipo de pacificação política pós-eleição, independentemente de quem vencer, e isso ajudaria a baixar o dólar."

 

(Por José de Castro)

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