Comissão da UE corta previsão de crescimento da zona do euro com recessão na Alemanha

Reuters

Publicado 11.09.2023 08:06

Por Jan Strupczewski

BRUXELAS (Reuters) - A economia da zona do euro crescerá mais lentamente neste ano e no próximo do que o esperado antes, previu a Comissão Europeia nesta segunda-feira, uma vez que a demanda do consumidor sofre com a inflação alta e a maior economia, a Alemanha, deve entrar em recessão neste ano.

Em suas previsões para o Produto Interno Bruto e a inflação das cinco maiores economias da zona do euro, a Comissão disse que o PIB da área de moeda única crescerá 0,8% em 2023 e 1,3% em 2024, em comparação com as previsões de maio de 1,1% e 1,6%, respectivamente.

"A fraqueza da demanda doméstica, em particular do consumo, mostra que os preços ao consumidor elevados e ainda subindo para a maioria dos bens e serviços estão cobrando um preço mais alto do que o esperado na previsão (anterior)", disse a Comissão.

"Isso ocorre apesar da queda dos preços da energia e de um mercado de trabalho excepcionalmente forte, que tem registrado taxas de desemprego baixas e recordes, expansão contínua do emprego e aumento dos salários", afirmou.

A Comissão previu uma inflação ao consumidor na zona do euro de 5,6% em 2023 e 2,9% em 2024, ambas bem acima da meta de 2,0% do Banco Central Europeu. A inflação deste ano deve ser menor do que os 5,8% previstos em maio, mas para 2024 fica acima da projeção de maio de 2,8%.

O BCE tem aumentado rapidamente os juros desde meados de 2022 para conter o crescimento recorde dos preços, tornando o crédito para a economia mais caro, o que afetou a previsão de crescimento.

"A forte desaceleração na concessão de crédito bancário para a economia mostra que o aperto da política monetária está se espalhando pela economia", disse a Comissão.

"Os indicadores da pesquisa agora apontam para a desaceleração da atividade econômica no verão e nos próximos meses, com fraqueza contínua na indústria e diminuição do ímpeto nos serviços, apesar de uma forte temporada de turismo em muitas partes da Europa", disse.