Confiança do consumidor no Brasil sobe em agosto, mas ritmo de recuperação desacelera, diz FGV

Reuters

_news_article_title_published 24.08.2020 08:39

_news_article_title_updated 24.08.2020 09:00

Por Luana Maria Benedito

SÃO PAULO (Reuters) - A confiança do consumidor no Brasil registrou alta pelo quarto mês consecutivo em agosto e voltou ao nível de março, quando começou o impacto do coronavírus sobre a economia, mas desacelerou o ritmo dos ganhos quando comparados às leituras anteriores.

A Fundação Getulio Vargas (FGV) informou nesta segunda-feira que seu Índice de Confiança do Consumidor (ICC) subiu 1,4 ponto em agosto, para 80,2 pontos, mesmo nível registrado em março.

Com esse resultado, o índice recupera o total da perda acentuada de 22 pontos registrada em abril, o mês de pandemia que teve o maior impacto econômico devido à imposição de medidas de combate à Covid-19 que forçaram o fechamento de estabelecimentos, gerando fortes quedas no emprego e na renda.

Apesar de ter apresentado seu quarto salto mensal seguido, a melhora da confiança em agosto teve uma desaceleração ante o ritmo da recuperação iniciada em maio, disse a FGV, que destacou "expressiva heterogeneidade entre as classes de renda".

"Os consumidores de renda baixa registram queda da confiança e parecem agora projetar maiores dificuldades nos próximos meses, o que pode estar relacionado ao fim dos pagamentos de auxílio emergencial", disse em nota Viviane Seda Bittencourt, coordenadora das sondagens do FGV Ibre, acrescentando que as classes intermediárias continuaram confiantes e que a população de maior poder aquisitivo está insatisfeita com a situação atual.

"Os movimentos distintos mostram que não apenas o impacto mas a velocidade de reação pode ser diferente entre os agentes econômicos e devem ser analisadas com atenção", completou Bittencourt.