Crescimento da produção industrial da China cai para mínima de 17 anos, mais suporte é esperado

Reuters  |  Autor 

Publicado 14.03.2019 09:14

Crescimento da produção industrial da China cai para mínima de 17 anos, mais suporte é esperado

Por Kevin Yao e Stella Qiu

PEQUIM (Reuters) - O crescimento da produção industrial da China caiu para a mínima de 17 anos nos dois primeiros meses do ano e a taxa de desemprego subiu, indicando mais fraqueza na segunda maior economia do mundo que deve provocar mais medidas de suporte por Pequim.

Mas uma série de dados mistos divulgados nesta quinta-feira também mostrou que o investimento em propriedades está acelerando, enquanto as vendas no varejo foram fracas mas constantes, sugerindo que a economia não está em meio a uma desaceleração mais acentuada.

A China está aumentando a assistência à economia uma vez que o crescimento em 2019 deve cair para mínimas de 29 anos, mas medidas de suporte estão levando tempo para fazer efeito. A maioria dos analistas acredita que a atividade pode não se estabilizar de forma convincente até meados do ano.

"Os dados mais recentes devem aliviar parcialmente as preocupações com uma forte desaceleração no início do ano. Mas o cenário de curto prazo ainda parece pessimista", disse a Capital Economics em nota.

Pressionada pela demanda fraca tanto interna quanto externamente, a produção industrial da China cresceu 5,3 por cento em janeiro-fevereiro, menos do que o esperado e a taxa mais lenta desde o início de 2002. A expectativa era de que o crescimento desacelerasse a 5,5 por cento, de 5,7 por cento em dezembro.

A China combina dados de atividade de janeiro e fevereiro em uma tentativa de aliviar distorções criadas pelo feriado do Ano Novo Lunar no início do ano, mas alguns analistas dizem que um cenário mais claro da saúde da economia pode não surgir até que os dados do primeiro trimestre sejam divulgados em abril.

Se a distorção sazonal for removida, a produção avançou 6,1 por cento nos dois meses, disse a Agência Nacional de Estatísticas.

O corte de vagas de emprego por empresas voltadas para a exportação levaram a um salto na taxa de desemprego no mês passado a 5,3 por cento, de 4,9 por cento em dezembro, disse Li Xiru, autoridade da agência de estatísticas. A leitura, entretanto, ficou abaixo da meta do governo de 5,5 por cento este ano.