Reuters
Publicado 17.01.2022 07:34
Por Kevin Yao e Gabriel Crossley
PEQUIM (Reuters) - A economia da China se recuperou em 2021 com o melhor crescimento em uma década ajudada por exportações robustas, mas existem sinais de que a força está desacelerando com o enfraquecimento do consumo e a crise do setor imobiliário, indicando a necessidade de mais suporte.
A expansão no quarto trimestre atingiu mínima em um ano e meio, mostraram dados do governo nesta segunda-feira pouco depois de o banco central agir para impulsionar a economia com um corte na taxa de empréstimo pela primeira vez desde o início de 2020.
A segunda maior economia do mundo está enfrentando um rápido enfraquecimento do setor imobiliário, além de surtos esporádicos de pequena escala de Covid-19 que podem afetar suas fábricas e cadeias de oferta.
A economia cresceu 8,1% no ano passado --melhor expansão desde 2011 --acima da previsão de 8,0%. O ritmo ficou bem acima da meta do governo de "acima de 6%" e da expansão revisada de 2020 de 2,2%.
A economia havia registrado seu desempenho mais fraco em 44 anos em 2020, mas apresentou uma recuperação mais rápida do que outras grandes economias.
O Produto Interno Bruto avançou 4,0% no último trimestre de 2021 sobre o mesmo período do ano anterior, mostraram dados da Agência Nacional de Estatísticas, acima do esperado mas ainda o ritmo mais fraco desde o segundo trimestre de 2020. O crescimento foi de 4,9% no terceiro trimestre.
"No momento, a pressão de baixa sobre a economia da China ainda é relativamente grande, e o crescimento do emprego e da renda é limitado", disse Ning Jizhe, chefe da agência, em entrevista à imprensa.
Na comparação trimestral, o PIB avançou 1,6% entre outubro e dezembro, contra expectativa de alta de 1,1% e ganho de 0,7% no trimestre anterior.
A economia da China começou 2022 com força, mas economistas projetam que o crescimento vai desacelerar nos próximos meses.
O banco central cortou inesperadamente os custos de seus empréstimos de médio prazo pela primeira vez desde abril de 2020, levando alguns analistas a esperar mais afrouxamento da política monetária este ano para proteção contra o crescente risco de calote das incorporadoras.
O investimento imobiliário caiu 13,9% em dezembro sobre o ano anterior, queda mais forte desde o início de 2020, de acordo com cálculos da Reuters baseados em dados oficiais.
Dados fracos de consumo também prejudicam as perspectivas, com as vendas varejistas ficando abaixo das expectativas em dezembro com aumento de apenas 1,7% sobre o ano anterior, ritmo mais fraco desde agosto de 2020.
O ponto forte foi a produção industrial, com alta anual de 4,3% em dezembro depois de aumento de 3,8% em novembro, e acima da projeção de 3,6% em pesquisa da Reuters.
(Reportagem adicional de Stella Qiu e Liangping Gao)
Escrito por: Reuters
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