Crescimento do PIB dos EUA no 3º tri é revisado para cima; investimento empresarial se estabiliza

Reuters

Publicado 27.11.2019 14:51

Por Lucia Mutikani

WASHINGTON (Reuters) - O crescimento econômico dos Estados Unidos avançou ligeiramente no terceiro trimestre, em vez de desacelerar como inicialmente informado, e há sinais de que a desaceleração do investimento empresarial pode estar chegando ao fim.

As perspectivas para a economia foram ainda mais animadas com outros dados divulgados nesta quarta-feira, mostrando os gastos dos consumidores aumentando constantemente e o número de norte-americanos que pediram auxílio-desemprego caindo na semana passada, depois de ficar travado em máximas de cinco meses por duas semanas seguidas.

A melhoria nos dados econômicos diminuiu ainda mais os riscos de recessão no curto prazo. O chairman do Federal Reserve, Jerome Powell, sinalizou otimismo em relação à economia dos EUA na segunda-feira dizendo que "neste momento da longa expansão, vejo o copo muito mais do que meio cheio".

O Produto Interno Bruto norte-americano cresceu a uma taxa anualizada de 2,1%, informou o Departamento do Comércio em sua segunda estimativa sobre o PIB do terceiro trimestre nesta quarta-feira. No mês passado, a estimativa havia sido de um crescimento de 1,9%.

A economia expandiu a um ritmo de 2,0% no período entre abril e junho. Economistas consultados pela Reuters projetavam que o resultado do PIB no terceiro trimestre não seria revisado e permaneceria em 1,9%.

A revisão para cima do PIB refletiu mais acúmulo de estoques do que o inicialmente calculado, além de um ritmo menos acentuado na contração do investimento empresarial. Os estoques aumentaram a um ritmo de 79,8 bilhões de dólares, em vez de 69,0 bilhões informados no mês passado.

Quando medida pelo lado da renda, a economia cresceu a uma taxa de 2,4% no último trimestre. A Renda Interna Bruta dos EUA avançou 0,9% no segundo trimestre.

A média do PIB e da Renda Interna Bruta, também denominada produção doméstica bruta e considerada uma melhor medida da atividade econômica, aumentou a uma taxa de 2,3% no período de julho a setembro, acelerando ante um ritmo de crescimento de 1,4% no segundo trimestre.

Apesar dos dados de crescimento favoráveis, a inflação permanece fraca, o que pode preocupar algumas autoridades dos EUA.

A medida preferencial de inflação do Fed, o núcleo do PCE, que exclui alimentos e energia, subiu 1,6% nos 12 meses até outubro. Em setembro, o núcleo do índice havia avançado 1,7%.

Um segundo relatório divulgado nesta quarta-feira mostrou que os pedidos de bens de capital excluindo setor de defesa e aeronaves -- medida observada de perto para planos de gastos empresariais -- avançaram 1,2% no mês passado, o maior ganho desde janeiro, depois de caírem 0,5% em setembro.