Déficit comercial dos EUA atinge máxima recorde em março

Reuters

Publicado 04.05.2021 09:41

Atualizado 04.05.2021 11:11

Por Lucia Mutikani

WASHINGTON (Reuters) - O déficit comercial dos Estados Unidos saltou para uma máxima recorde em março em meio ao aumento da demanda doméstica, que está atraindo importações, e a diferença pode aumentar ainda mais conforme a atividade econômica do país se recupera mais rápido do que a de outras nações.

O pacote de alívio da pandemia de 1,9 trilhão de dólares e a ampliação da campanha de vacinação contra a Covid-19 para todos os adultos norte-americanos levaram a um aumento na demanda, em meio a restrições de oferta. A atividade econômica também está sendo impulsionada pela postura ultraflexível do Federal Reserve sobre a política monetária.

Os fabricantes não têm a capacidade para atender ao aumento da demanda e os estoques estão muito enxutos, forçando as empresas a importar mais mercadorias. A demanda durante a pandemia também se deslocou para de serviços para bens, com os norte-americanos confinados em casa.

O déficit comercial aumentou 5,6%, para uma máxima recorde de 74,4 bilhões de dólares em março, informou o Departamento do Comércio nesta terça-feira. O déficit comercial ficou em linha com as expectativas de economistas.

As importações subiram 6,3%, atingindo o recorde de 274,5 bilhões de dólares em março. As importações de mercadorias subiram 7,0% para 234,4 bilhões de dólares, também uma alta recorde. As importações de bens de consumo foram as mais altas já registradas, assim como as de alimentos e bens de capital. O país importou uma variedade de bens, incluindo roupas, móveis, brinquedos, semicondutores, veículos, produtos petrolíferos e equipamento de telecomunicações.

Mas as importações de aviões civis e celulares caíram.

As exportações aumentaram 6,6% para 200,0 bilhões de dólares. As exportações de bens saltaram 8,9%, para 142,9 bilhões de dólares. Foram lideradas por suprimentos e materiais industriais, bens de capital e de consumo. A pandemia continuou a ser um entrave às exportações de serviços, especialmente as viagens. Com 17,1 bilhões de dólares em março, o superávit de serviços foi o menor desde agosto de 2012.