Economia brasileira está bem posicionada para resistir a choques, diz Ilan

Reuters  |  Autor 

Publicado 11.10.2018 19:50

Atualizado 13.10.2018 06:50

Economia brasileira está bem posicionada para resistir a choques, diz Ilan

Por Marcela Ayres

BRASÍLIA (Reuters) - O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, afirmou nesta quinta-feira que o Brasil está bem posicionado para resistir a choques em sua economia e repetiu a mensagem de que os juros básicos só subirão se houver piora no balanço de riscos e nas expectativas de inflação.

Em apontamentos no âmbito de sua participação em encontro do Fundo Monetário Internacional (FMI) em Bali, na Indonésia, Ilan destacou que o quadro global permanece desafiador para economias emergentes, com riscos associados à normalização monetária em economias avançadas e incertezas sobre o comércio global.

Mas ponderou que o país está preparado para lidar com eventuais choques, citando um robusto balanço de pagamentos, regime de câmbio flutuante, nível adequado de reservas, inflação em níveis baixos e expectativas de inflação bem ancoradas.

Ilan também chamou atenção para o fato de a fatia dos investidores estrangeiros na dívida mobiliária interna responder por cerca de 12 por cento do total, abaixo da média de 22,7 por cento de economias emergentes no G20, segundo o FMI.

Segundo Ilan, este seria outro colchão da economia brasileira, somando-se às reservas internacionais, que no caso brasileiro excedem 380 bilhões de dólares, cerca de 20 por cento do Produto Interno Bruto (PIB).

Em relação à política monetária, o presidente do BC reiterou que os juros básicos só subirão e de modo gradual se houver piora no quadro que segue avaliando.

"As condições econômicas ainda prescrevem a adoção de uma política monetária estimulativa, com taxa de juros abaixo do nível estrutural", disse.

"O estímulo começará a ser removido gradualmente se o cenário para a inflação no horizonte relevante para condução da política monetária e/ou o balanço de riscos piorarem", completou.

A mensagem é a mesma desde meados de setembro, quando o BC manteve a Selic na mínima histórica de 6,5 por cento, tendo como pano de fundo um balanço de riscos assimétrico, com riscos altistas para a inflação que haviam se elevado.

Reagindo às incertezas eleitorais, o dólar vinha então mostrando forte alta, chegando a flertar com o patamar de 4,20 reais. De lá para cá, contudo, a moeda norte-americana caiu, embalada pelas expectativas do mercado quanto à vitória de Jair Bolsonaro (PSL) na corrida ao Palácio do Planalto.

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Após outras candidaturas de centro e de direita não ganharem tração na disputa, o capitão da reserva passou a ser visto como o candidato reformista, com uma agenda de austeridade fiscal, privatizações e reformas. Nas últimas quatro semanas, o dólar acumula queda de 9,31 por cento, fechando esta sessão a 3,7788 reais na venda.