Economia dos EUA pode enfrentar outra recessão sem ajuda fiscal, diz Evans, do Fed

Reuters

Publicado 22.09.2020 13:47

Por Ann Saphir

(Reuters) - A economia dos Estados Unidos corre risco de enfrentar uma recuperação mais longa e lenta, se não outra recessão total, caso o Congresso não aprove um pacote fiscal para apoiar os norte-americanos desempregados e governos estaduais e locais, disse nesta terça-feira o presidente do Federal Reserve de Chicago, Charles Evans.

"O apoio fiscal é fundamental", disse Evans em uma reunião virtual do Official Monetary and Financial Institutions Forum, com sede em Londres. Sua própria previsão de que a taxa de desemprego dos EUA caia para 5,5% até o final do próximo ano assume não apenas uma vacina para o coronavírus, mas também um pacote fiscal dos EUA de pelo menos 500 bilhões de dólares ou 1 trilhão de dólares, disse ele.

"Caso contrário, acho que a dinâmica da recessão realmente vai entrar em ação de uma forma muito maior", afirmou.

Cerca de 30 milhões de norte-americanos estão recorrendo a algum tipo de seguro-desemprego.

Em uma tentativa de fornecer sua própria medida de suporte para a economia ainda em dificuldades, o Fed prometeu na semana passada mirar uma inflação moderadamente acima de 2% por um determinado período, de modo que a média seja de 2% ao longo do tempo. Para fazer isso, o banco central dos EUA disse que deixaria a taxa de juros em seu nível atual próximo a zero até atingir esse "overshoot".

Os investidores, desapontados por entenderem que o Fed não reforçou sua nova promessa de compras adicionais de títulos, derrubaram os preços das ações após o anúncio.

Embora não tenha nesta terça-feira descartado mais flexibilização quantitativa, Evans deixou claro que não achava isso iminente.

"O julgamento tem de ser o que estamos procurando em termos de reduções adicionais nos prêmios a termo ou efeitos de equilíbrio do portfólio se formos nos envolver em mais compras de ativos", disse ele. "Tenho a mente aberta; teremos discussões sobre isso."