Economia dos EUA tem crescimento recorde de 33,1% no 3º tri

Reuters

Publicado 29.10.2020 09:51

Atualizado 29.10.2020 11:40

Por Lucia Mutikani

WASHINGTON (Reuters) - A economia dos Estados Unidos cresceu a um ritmo recorde no terceiro trimestre depois de o governo injetar mais de 3 trilhões de dólares em medidas de alívio à pandemia que alimentaram os gastos dos consumidores, embora as cicatrizes da recessão provocada pela Covid-19 devam demorar um ano ou mais para sumir.

O Produto Interno Bruto recuperou-se a uma taxa anualizada de 33,1% no trimestre passado, informou o Departamento do Comércio em sua primeira estimativa nesta quinta-feira. Esse foi o ritmo mais forte desde que o governo iniciou os registros em 1947 e seguiu-se a uma contração recorde de 31,4% no segundo trimestre.

Na comparação anual, o PIB aumentou 7,4% no trimestre passado depois de encolher 9,0% entre abril e junho. A produção está 3,5% abaixo do nível do quarto trimestre. A recuperação reverteu cerca de dois terços da queda do PIB no primeiro semestre.

Economistas consultados pela Reuters projetavam que a economia iria expandir a uma taxa de 31% no trimestre entre julho e setembro, depois de ter caído em recessão em fevereiro.

Faltando cinco dias para a eleição presidencial, o presidente Donald Trump provavelmente vai usar a recuperação do PIB como um sinal de retomada.

Mas a produção norte-americana continua abaixo do nível visto no quarto trimestre de 2019, fato que o candidato democrata, Joe Biden, deverá destacar junto com sinais de que o impulso de crescimento está perdendo força.

O pacote de resgate do governo forneceu ajuda a muitas empresas e desempregados, aumentando os gastos dos consumidores, que por sua vez alimentaram o salto do PIB. Mas o financiamento do governo se esgotou sem nenhum acordo à vista de outra rodada de alívio.

Os novos casos de Covid-19 estão aumentando com força em todo o país, forçando novas restrições a empresas como restaurantes e bares.

A renda pessoal despencou a uma taxa de 540,6 bilhões de dólares no terceiro trimestre depois de subir a um ritmo de 1,45 trilhão no segundo trimestre. A diminuição da renda foi atribuída a declínios nas transferências do governo relacionadas aos programas de alívio da pandemia.

Com a recuperação do mercado de trabalho desacelerando, a perspectiva para os gastos ao consumidor é fraca.

Apenas pouco mais da metade dos 22,2 milhões de empregos perdidos durante a pandemia foram recuperados, e as dispensas persistem.

Relatório separado do Departamento do Trabalho mostrou nesta quinta-feira que 751 mil pessoas entraram com novos pedidos de auxílio-desemprego na semana encerrada em 24 de outubro, contra 791 mil no período anterior.