Economia global ensaia deixar onda de pessimismo para trás

Estadão Conteúdo

Publicado 12.02.2023 05:20

Atualizado 13.02.2023 08:34

Economia global ensaia deixar onda de pessimismo para trás

A economia global pode não ter um ano tão ruim como o esperado há alguns meses. A reabertura da China - com o fim da política de covid zero -, o inverno menos rigoroso na Europa e a sinalização de que a fase mais aguda da inflação nos principais países pode ter ficado para trás têm contribuído para melhorar as previsões para o Produto Interno Bruto (PIB) do mundo.

Apesar das projeções melhores, os economistas ponderam que o cenário não é de otimismo. No caso do Brasil, por exemplo, os números globais mais positivos ajudam, mas não o suficiente para mudar o cenário de fraco crescimento esperado para 2023.

Na última revisão, o Fundo Monetário Internacional (FMI) elevou a estimativa para o PIB global deste ano de 2,7% para 2,9%, mas ainda abaixo da média observada desde 2000 (3,8%). "As perspectivas globais estão melhores do que há alguns meses, mas eu diria que a foto ainda é de um cenário desafiador", diz Eduardo Jarra, economista-chefe da Santander Asset Management.

Na China, a reabertura da economia tem sido mais rápida do que o previsto com o fim da política de covid zero. Isso contribuiu para que o FMI aumentasse a previsão de crescimento da economia do país de 4,4% para 5,2%.

MENOS FRIO

Na Europa, o inverno menos rigoroso do que o previsto também trouxe um alívio para o cenário econômico, bastante afetado pelo conflito entre Ucrânia e Rússia. Havia uma preocupação de que o frio intenso pudesse aumentar a demanda por gás e levasse a região a enfrentar uma falta do produto.

"O inverno mais ameno na Europa reduziu muito a necessidade de utilização de gás para fins de aquecimento", afirma Alexandre Bassoli, economista-chefe da Apex Capital. "O temor era de que, se o inverno se mostrasse rigoroso, seria necessário implementar um racionamento."

RISCOS

Na virada do ano, muitos economistas enxergavam um risco de que a Europa pudesse enfrentar uma recessão profunda, expectativa que parece mais distante hoje. O Goldman Sachs (NYSE:GS) chegou a prever um PIB de -0,1% para a região. Hoje, estima 0,8%.

Na economia americana, o cenário de um pessimismo exacerbado com a inflação começa a ficar para trás. Em dezembro, no acumulado de 12 meses, o índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) subiu 5%, abaixo dos 5,5% de novembro.

O PCE é acompanhado de perto pelo Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA). No seu último encontro, o Fed reduziu o ritmo de alta das taxas de juros, para 0,25 ponto porcentual, alcançando a faixa entre 4,50% e 4,75% ao ano.

O diretor de pesquisa macroeconômica para América Latina do Goldman Sachs, Alberto Ramos, no entanto, pondera que o nível de desemprego baixo ainda pode pressionar a inflação nos próximos meses. Por outro lado, há fatores que já aliviam a alta dos preços, como a regularização das cadeias logísticas globais.

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Efeito no Brasil deve ser positivo, mas limitado

O crescimento da economia global maior do que o esperado deve ter um efeito positivo - ainda que limitado - no Brasil. Com a China avançando mais do que se projetava inicialmente, a tendência é de que os preços das commodities avancem, o que favorece o Brasil.

"A recuperação da China é uma excelente notícia, porque o país é o maior destino das exportações brasileiras", afirma Bassoli, da Apex Capital.

Os analistas esperam uma alta do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil de 0,8% neste ano. A expectativa de um cenário global mais aquecido, porém, não fez com que bancos e consultorias promovessem grandes alterações nos seus cenários. Alberto Ramos, do Goldman Sachs, destaca que a China deve movimentar principalmente os mercados de petróleo e cobre. No ano passado, o banco projetava um crescimento para o país oriental de 4,5%. Agora, a estimativa é de alta de 5,5%.

Ramos pondera, porém, que o crescimento chinês não terá o mesmo impacto aqui como no passado. Isso porque, antes, o crescimento do país era baseado em investimento em infraestrutura, o que demandava, por exemplo, mais minério de ferro, commodity amplamente produzida no Brasil. Agora, a China está impulsionando a economia através do consumo interno.

"Esse tipo de crescimento chinês ajuda o Brasil, mas não beneficia tanto como o modelo baseado em infraestrutura", afirma Ramos.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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