EUA ainda estão longe das metas do Fed e suporte é necessário por "algum tempo", mostra ata do Fomc

Reuters

Publicado 07.04.2021 15:48

WASHINGTON (Reuters) - Apesar do ganho de tração da economia norte-americana, autoridades do Federal Reserve permaneceram cautelosas sobre a continuidade dos riscos da pandemia e se comprometeram com o suporte da política monetária até que a recuperação esteja mais assegurada, mostrou a ata da reunião de março do banco central dos Estados Unidos.

Com suas próprias estimativas projetando o mais forte crescimento econômico em quase 40 anos, "os participantes concordaram que a economia permanece longe dos objetivos de longo prazo (do Fed) e que a trajetória à frente continua altamente incerta", mostrou o documento.

"Os participantes destacaram que provavelmente levará algum tempo" até que as condições melhorem o suficiente para que o Fed avalie uma redução do apoio.

O que isso pode significar na prática, entretanto, continua obscuro, e divisões entre as autoridades do Fed sobre por quanto tempo manter o forte suporte do banco central ficaram à vista nesta quarta-feira.

O presidente do Fed de Chicago, Charles Evans --que concorda com a maioria de seus colegas que os juros provavelmente precisarão permanecer perto de zero até 2023--, disse ver um período confortável de inflação mais alta neste ano, mas que o Fed não deveria se movimentar até que tenha certeza de que os preços não voltarão a cair abaixo da meta de inflação de 2%.

"Nós realmente precisamos ser pacientes e dispostos a ser mais ousados do que a maioria dos banqueiros centrais mais conservadores escolheriam ser", disse ele a repórteres.

Separadamente, o presidente do Fed de Dallas, Robert Kaplan, reiterou suas antigas preocupações de que juros baixos e as compras de títulos pelo Fed podem alimentar excessos e desequilíbrios nos mercados.