Payroll nos EUA: Criação de vagas bate consenso; taxa de desemprego sobe

Investing.com - A economia dos EUA criou 275 mil empregos não-agrícolas em fevereiro, segundo informou o relatório payroll do Departamento de Trabalho na manhã desta sexta-feira, 08 de março. A previsão dos economistas era uma adição de 198 mil vagas no período.

Em janeiro, os dados foram revisados de 353 mil empregos para 229 mil. As revisões para baixo tem sido constantes e levam o mercado a duvidar dos números anunciados, pondera Marcelo Oliveira, CFA e co-fundador da Quantzed.

Em fevereiro, a taxa de desemprego subiu de 3,7% da força de trabalho, que era o valor projetado, para 3,9%. Já a taxa de participação de trabalhadores na PEA ficou no mesmo percentual, em 62,5%.

Após a divulgação dos dados, às 10h36 (de Brasília), os futuros da Nasdaq 100 Futuros estavam em baixa de 0,03%, S&P 500 Futuros subia 0,04%, e Dow Jones Futuros estava em retração de 0,16%. Já o Ibovespa Futuros recuava 1,43% e o dólar no Brasil subia 0,77%, a R$4,9703.

Implicações para os juros

Thomas Monteiro, estrategista-chefe do Investing.com, avalia que apesar de superar as projeções de mercado, os números não podem ser considerados uma surpresa real. “Dado os sólidos números corporativos mostrados durante a temporada de lucros, bem como outros indicadores de atividade econômica, como o consumo dos consumidores, vendas no varejo e produção industrial, todos os sinais continuam apontando para um mercado de trabalho americano muito resiliente”, destaca.

Em sua visão, o dado de criação de vagas é mais um indicador de que a inflação não estará se aproximando da meta de 2% do Fed tão cedo. “Levando em consideração as pressões atuais advindas do aumento de custos trabalhistas sobre o aumento geral de preços ao consumidor, precisaríamos de um período prolongado de desemprego acima de 4% para ver as coisas se movendo na direção certa”. Ou seja, enquanto o mercado comemora o aumento nos números de desemprego, ainda haveria longo caminho a percorrer na frente de custos trabalhistas.

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