EUA: Economia entra em recessão técnica com queda de 0,9% do PIB no 2T22

Investing.com

Publicado 28.07.2022 09:26

Investing.com - O Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre de 2022 dos Estados Unidos ficou em -0,9%, segundo a primeira divulgação de dados feita nesta quinta-feira, 28.

O resultado veio abaixo da previsão de alta de 0,5% do mercado, mas acima dos -1,6% apresentados anteriormente. Por ser o segundo trimestre consecutivo com o PIB em queda, isso já configura um cenário de recessão técnica nos Estados Unidos. 

Os pedidos iniciais por seguro-desemprego da semana passada nos EUA, que também foram divulgados hoje, vieram acima da previsão de  253 mil benefícios dos economistas do mercado, segundo dados do Departamento de Trabalho. Foram solicitados 256 mil benefícios, contra 261 mil revisados da semana passada. 

O número de solicitações contínuas, porém, ficou abaixo da previsão de 1,380 milhão, com 1,359 milhão de benefícios solicitados. Além disso, o resultado veio menor do que o número revisado da semana passada de 1,384 milhão.

Após a divulgação dos indicadores, os futuros de Nova York aprofundaram as suas perdas. O Dow Jones Futuros caíam 0,27%, S&P 500 Futuros recuavam 0,33% e Nasdaq 100 Futuros tinham queda de 0,56%. 

Já o índice dólar futuros diminui os ganhos para alta de 0,15% a 106,47. O rendimento de 10 anos do Título das Treasuries caíram de 2,78% para 2,75%

No Brasil, o Ibovespa Futuros passou a cair para 0,45%, enquanto o dólar foi para R$ 5,27 antes de retornar para R$ 5,2384.

Débora Nogueira, economista-chefe da Tenax Capital, afirma que o relatório do PIB apresenta uma demanda doméstica enfraquecida, juntamente com uma inflação rígida. "O core PCE de junho deve ter ficado em 0,55%. O PIB geralmente é muito revisado, então conclusões firmes precisam de uma gama maior de indicadores. Há algumas informações aqui que confirmam desaceleração da demanda, notadamente em consumo de bens e investimentos, mas isso não alivia o cenário para política monetária, afinal seguimos observando indicadores do mercado de trabalho fortes, e esses são mais confiáveis quando pensamos no estado da economia em tempo real", explica. De acordo com a economista, não é mais um cenário inequívoco com inflação e atividade para cima. "Temos enfraquecimento em linhas importantes da demanda, com inflação para cima", completa.

Gustavo Sung, Economista-chefe da Suno Reserach, avalia que a queda do PIB parece já refletir a elevação das taxas de juros pelo Fed, pois que os dados divulgados pelo BEA mostram uma diminuição nos investimentos, principalmente residenciais e não residenciais. "Apesar da contração, o consumo pessoal cresceu 1%, um resultado ainda robusto mesmo com a desaceleração frente ao trimestre anterior. Com isso, nota-se sinais ambíguos sobre a economia, já que o mercado de trabalho também estaria bastante aquecido", acredita o economista.

Segundo Waldir Morgado, sócio da Nexgen Capital, o mercado vê que o Fed pode não aumentar muito os juros daqui para a frente. "O presidente do Fed disse que novas altas estão previstas para ancorar a inflação nos EUA, mas o comentário foi encarado em tom dovish. Ele não descartou possibilidade nova alta de 0,75 p.p., mas deu a entender que isso seria algo atípico", completa.

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