Fed está pronto para encarar com sensibilidade dados de empregos dos EUA de setembro

Reuters

Publicado 07.10.2021 15:43

Por Ann Saphir

(Reuters) - As contratações nos Estados Unidos devem ter acelerado no mês passado, sugere uma série de indicadores, à medida que os efeitos da recente alta da Covid-19 no país começam a diminuir, mas mesmo um segundo relatório fraco de emprego seguido não deve prejudicar os planos do Federal Reserve de começar a reduzir seu apoio à economia.

Antes da divulgação do relatório de criação de vagas fora do setor agrícola do mês de setembro pelo Departamento do Trabalho dos EUA, que acontecerá na sexta-feira, dados de empresas que acompanham os padrões de mercado de trabalho sinalizam um resultado em linha com a estimativa mediana de pesquisa da Reuters com economistas, de criação de 500 mil postos.

Esse número pode ser mais do que suficiente para que o Fed inicie seu processo de redução de estímulo.

O chair do Fed, Jerome Powell, sinalizou no mês passado que há um acordo abrangente entre as autoridades para começar a reduzir os 120 bilhões de dólares em compras mensais de ativos do banco central norte-americano já em novembro, contanto que o relatório de empregos de setembro, nas palavras de Powell, seja "decente".

Mesmo os membros mais "dovish" (inclinados a manutenção de estímulo) do Fed - o presidente do Fed de Mineápolis, Neel Kashkari, e o de Chicago, Charles Evans - indicaram disposição em seguir esse cronograma para reduzir a flexibilização quantitativa implementada no ano passado para conter as consequências econômicas da pandemia.

"Acreditamos que a barreira para redução da flexibilização quantitativa será alcançada desde que a leitura do 'payroll' esteja acima de zero", disse Lydia Boussour, economista-chefe da Oxford Economics para os EUA. Boussour prevê que 384 mil postos de trabalho foram criados no mês passado.

O caminho para a normalização da política monetária ficou mais claro nesta quinta-feira, depois que parlamentares dos EUA chegaram a um acordo temporário para elevar o teto da dívida do governo norte-americano. A medida evita um possível calote no final deste mês, o que teria forçado o Fed a voltar ao modo de combate à crise.