Forte aumento nos preços ao consumidor dos EUA dá pouco descanso ao Fed

Reuters

Publicado 12.01.2022 16:11

Por Howard Schneider

WASHINGTON (Reuters) - A inflação ao consumidor dos Estados Unidos, que está em níveis não vistos em mais de uma geração, manterá o Federal Reserve (Fed, banco central do país) encaminhado para aumentos das taxas de juros e outras mudanças esperadas nos próximos meses, com intuito de domar a alta dos preços.

Essa é a opinião de economistas e analistas, depois de a inflação ano a ano atingir 7% em dezembro, com as altas de preços se espalhando por um conjunto mais amplo de bens e serviços, de acordo com os últimos dados divulgados nesta quarta-feira.

Juntamente com os atuais aumentos salariais e os custos crescentes de bens de consumo duráveis, a inflação de dezembro continuou a empurrar para cima as principais medidas que o chair do Fed, Jerome Powell, disse no ano passado que tem monitorado para ver se a taxa diminuirá por conta própria.

Como ele mesmo reconheceu em audiência de nomeação no Congresso na terça-feira, até agora isso não aconteceu.

"O relatório de hoje dá sequência a uma tendência de leituras de inflação em máximas de várias décadas no curto prazo, e não esperamos ver nenhuma desaceleração por alguns meses", disse Rick Rieder, diretor de investimentos de renda fixa global da BlackRock (NYSE:BLK) (SA:BLAK34).

"Claramente, o Fed está alerta."

Investidores e analistas agora esperam que o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do banco central eleve sua taxa de juros de referência de um dia do atual nível próximo de zero em sua reunião de março e continue com mais três aumentos de 0,25 ponto percentual ao longo do ano. No mês passado, os formuladores de política monetária do Fed projetaram três acréscimos de juros para 2022.

CONFIRA: Monitor da Taxa de Juros do Federal Reserve